Programa Justiça ao Jovem avança em São Paulo

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O Programa Justiça ao Jovem – criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para avaliar a execução da medida socioeducativa de internação por adolescentes em conflito com a lei – concluiu nesta terça-feira (27/09) as visitas às unidades de Campinas, no interior de São Paulo. De lá, a equipe do programa seguiu para os municípios paulistas de Bragança Paulista, Itibaia e Arujá – onde deverão permanecer até o fim da semana.

As unidades de internação do interior e litoral de São Paulo são as últimas do país a receber os representantes do Programa Justiça ao Jovem. Com a conclusão dos trabalhos, o CNJ irá elaborar um relatório nacional, com o raio-x das condições em que jovens de 12 a 17 anos são privados da liberdade por envolvimento em atos infracionais.  A expectativa é de que o documento seja divulgado até o fim deste ano.

Educação formal – Uma das unidades visitadas em Campinas foi a Jequitibá. O local foi inaugurado em 1999 e possui uma arquitetura que remete ao sistema carcerário. No entanto, oferece acesso à educação formal, cursos profissionalizantes e atendimento psicossocial de forma individual aos jovens.
 
A presidente da Fundação Casa – entidade que administra o sistema socioeducativo em São Paulo -, Berenice Giannella, contou que os jovens da unidade Jequitibá também têm assistência à saúde, com atendimento médico e odontológico no local. A unidade tem, atualmente, 72 adolescentes internados. De acordo com ela, o envolvimento com o tráfico é a principal razão que os levou à infringência da lei. 
 
Atividade Profissionalizante – A equipe do Justiça ao Jovem visitou, ainda, outras três unidades de internação em Campinas. Duas (Campinas e Máster) foram inauguradas em 2006 e têm padrão de construção moderno. “Nossa impressão foi positiva. As unidades estão conservadas, oferecem escolarização e atividade profissionalizante. Houve algumas reclamações  dos adolescentes, quanto à comida ou uso de violência por um ou outro agente. Mas constatamos que isso não é algo institucionalizado”, destacou Reinaldo Cintra, juiz auxiliar do CNJ e coordenador do programa.
 
São Paulo é o Estado brasileiro que mais tem unidades de internação no interior, quase 70. De acordo com Cintra, a descentralização é importante por uma série de razões. A principal é possibilitar às famílias o acompanhamento da internação pelo adolescente, contribuindo significativamente para a ressocialização dele.
 
Giselle Souza
Agência CNJ de Notícias