É fácil confundir o objeto indireto e o adjunto adverbial – duas categorias sintáticas bem distintas –, pois ambos são construídos com preposição seguida, normalmente, de substantivo. Só que objeto indireto é termo essencial e adjunto adverbial é acessório. Para se determinar o objeto indireto e até mesmo o identificar na oração, deve-se indagar ao verbo se ele necessita de algum complemento preposicionado, ou seja, se o verbo rege algum termo preposicionado. É a clássica pergunta: Joana gosta de quem? De João, para a frase Joana gosta de João para sempre. Quanto Joana gosta? Para sempre. Esse complemento será:
1) Adjunto adverbial, se estiver expressando um significado adicional, como lugar, tempo, companhia, modo etc. Ex.: Ele sabia o assunto de cor, em que “de cor” é um adjunto adverbial de modo.
2) Objeto indireto, se estiver completando o sentido do verbo, sem acrescentar outra ideia à oração. Ex.: O João encarregou Pedro de corrigir a cartilha, em que “de corrigir” é um objeto indireto.
Na próxima edição falaremos especificamente do adjunto adverbial.
Carmem Menezes / Deusirene Amorim
carmem.menezes@cnj.jus.br / deusirene.amorim@cnj.jus.br
Fonte: BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999.
