Semana passada, você ficou sabendo que a língua portuguesa tem sete vogais tônicas orais e que há três vogais átonas orais finais.
Ainda sobre o ponto de vista da fonologia, nossas consoantes são 19, em algumas das quais há variação de pronúncia segundo a variante regional. Assim, todos nós que já ouvimos um pernambucano e um paulista, por exemplo, falar, logo percebemos que a pronúncia de palavras como “leite” é diferente. Também há neste país pelo menos umas três formas diferentes de se pronunciar o erre. Aqui em Brasília, o erre de grande parte da população identificada por nós como sem sotaque é o mais neutro para nossos ouvidos acostumados a tanta variação regional. Importante: não há pronúncia certa ou errada quando se trata de variação, OK?
Cada consoante tem uma classificação segundo critérios universais, como você pode ver em http://www.fonologia.org/fonetica_consoantes.php. São eles: ponto e modo de articulação e papel das cordas vocais. As cordas vocais ficam no nosso pescoço. Ponha seus dedos da mão sobre o “gogó”, a parte móvel na frente do pescoço, e pronuncie as consoantes, sem as vogais, como você aprendeu no link acima. Você vai perceber que, às vezes, há vibração (“tremedeira”) dessa região e, às vezes, não. Da próxima vez que você quiser ensinar uma brincadeira divertida para uma criança, fale com ela enquanto dá repetida batidas de leve com a mão nessa região do pescoço. Ela vai gostar!
O problema dos fonemas consonantais existe só na grafia, quando, para alguns deles, não há correspondência biunívoca. Assim, o fonema /s/ pode ser grafado s, ss, sc, c, ç…; o fonema /z/ pode ser grafado z, x, s. Por isso, você e eu podemos ter dúvida de como as palavras são escritas quando esses fonemas estão presentes…
As mães, normalmente, reclamam que seus bebês falam “papai” antes de “mamãe”… A resposta está na fonologia! Escreva para dicasdeportugues@cnj.jus.br e descubra esse mistério! E se você quiser saber o que é variante regional, correspondência biunívoca, outras relações grafema/fonema, escreva-nos também!
Sabia que fonologia serve para música? Veja que interessante em http://www.nics.unicamp.br/jonatas/mustech/trabalhos/ReconhecimentoVoz/.
Semana que vem: por que “rainha” não tem acento, se há hiato?
Até mais!
Carmem Menezes
Revisora de textos da Secretaria de Comunicação Social
