Soneto de Fidelidade – Vinicius de Moraes

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Publicado em 1957 no “Livro de Sonetos”, o Soneto de Fidelidade, de Vinicius de Moraes, dá prosseguimento ao sarau virtual e foi enviado por Rodrigo Silva Rocha, assessor do Gabinete Conselheiro Ney José de Freitas. 

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De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.