Pronome relativo

Na semana passada, tratamos dos pronomes demonstrativos, palavras muito interessantes para a construção de um texto e a cobrança em processos seletivos. Mais interessantes do que eles são os pronomes relativos, que substituem completamente um termo anterior a que se referem, o chamado antecedente. É absolutamente fundamental identificar corretamente o antecedente do relativo. Os pronomes relativos são: “o(s) qual(is), a(s) qual(is); cujo(s), cuja(s), quanto(s), quantas; que, quem, onde”.

Os relativos com flexão de gênero e número, embora mais raros e com algumas restrições de uso, marcam o antecedente com clareza. Exemplo: “As pessoas que participaram da festa gostaram dos presentes distribuídos pelos gentis anfitriões os quais acabaram logo.” A regra diz que o antecedente concorda em gênero e número com o pronome: pode ser “os presentes” ou “gentis anfitriões”. Será “os presentes” pela referência criada pelo pronome relativo “os quais” e pela semântica da oração.

 Os pronomes relativos invariáveis têm várias restrições e especificações de uso:

 – “quem”: só faz referência e substitui antecedentes humanos, pessoas. Exemplo: “Quem chegou? A menina.” Ou “A pessoa de quem falei está à sua espera.”. Assim, todo “quem” pode ser substituído por “que”, mas nem todo “que” pode ser substituído por “quem”.

 – “onde”: só faz referência a lugar, espaço geográfico. Exemplo: “A cidade onde nasci fica alhures.”. Não é correto dizer “A carta onde está essa informação desapareceu.”. Então, só se pode empregar “onde” corretamente em referência a lugar em que se pode entrar e de que se possa sair. Nos seus textos, sempre que aparecer o “onde” verifique se a referência dele é lugar. Você pode se surpreender.

O terceiro pronome relativo invariável “que” é daquelas palavras coringas na nossa língua, porque não tem restrição de uso e, na sintaxe, desempenha várias funções. Além disso, ocorre em orações adjetivas, tanto restritivas (sem vírgula) quanto explicativas (com vírgula), qualificando algum substantivo. A ideia de restrição ou de explicação é reconhecida segundo a semântica do texto em si ou até mesmo por informações fora do texto, sendo capaz de mudar significados.

Uma última lembrança: preposições que precedem pronomes relativos podem com eles se fundir, ou não. Assim:

 – “O lugar aonde fui é incrível.”, em que a preposição “a” regida pelo verbo “ir” funde-se com o pronome relativo “onde”.

 – “Esse assunto de que tratei é fundamental.”, em que a preposição “de” regida pelo verbo “tratar” marca que o pronome relativo é objeto indireto desse verbo e o antecedente é “assunto”.

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Uma semana excelente!

Carmem Menezes
Revisora de textos da Secretaria de Comunicação Social