Nesta semana, continuando a tratar dos verbos na língua portuguesa, o foco volta-se para os verbos irregulares, os verbos defectivos e os verbos abundantes.
Verbos irregulares são aqueles que não seguem o padrão já apresentado nas semanas anteriores. Essa regularidade pode estar tanto na flexão quanto no radical. Para conseguir prever as regularidades, é bom saber aquela história de tempos primitivos e derivados, pelos quais a irregularidade transita. A irregularidade não impede que haja formas perfeitamente regulares. Alguns exemplos de verbos irregulares:
– da primeira conjugação: dar, passear, anunciar, miar etc.;
– da segunda conjugação: haver, ser, ter, caber, ler, dizer etc.;
– da terceira conjugação: ir, ouvir, vir, reduzir etc.
Verbos defectivos, em sua maioria pertencentes à 3.ª conjugação, são aqueles que não têm todas as pessoas ou todos os números de certo tempo verbal. Quando falta a primeira pessoa do presente do indicativo, por exemplo, todos os tempos derivados dele não existem. Alguns exemplos: banir, falir, adequar, precaver-se.
Verbos abundantes são aqueles que possuem duas ou mais formas equivalentes, especialmente no particípio, uma forma nominal. Então, há a forma regular, terminada em “-do”, e outra irregular, imprevisível, que normalmente também vai ocorrer como adjetivo. Por exemplo, “entregado e entregue”; “elegido e eleito”; “prendido e preso”; “omitido e omisso”. Ambas as formas coexistem porque têm empregos diferentes: regra geral, as formas regulares ocorrem com os verbos auxiliares “ter” e “haver” e as formas irregulares ocorrem com os auxiliares “ser” e “estar”. Exemplo: “O presidente tinha omitido essa informação”; “As mercadorias foram entregues no prazo”.
Entre as inúmeras vantagens que a tecnologia trouxe à nossa vida diária, está a possibilidade de ter à disposição, na internet, conjugadores de verbos, como este. Se você prefere as fontes tradicionais, a melhor indicação é o livro de autoria de Maria Aparecida Ryan, intitulado Conjugação dos Verbos em Português.
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Um mês abundante!
Carmem Menezes
Revisora de Textos da Secretaria de Comunicação Social
