Conjunções – valores e usos

Nesta semana, encerramos a conversa sobre conjunções coordenativas e subordinativas com o foco voltado para o valor e o uso dessa classe de palavras que contribui decisivamente com a tessitura do texto. Se você quiser conversar sobre esse e outros assuntos relacionados à língua portuguesa, escreva para dicasdeportugues@cnj.jus.br.

As considerações sobre as conjunções são as que se seguem:

– “e”: em 90% das ocorrências atuais, mais ou menos, essa conjunção liga duas orações com o mesmo sujeito e, por isso, ocorre sem vírgula antes: “As pessoas listadas na relação ficam à direita e esperam atendimento”.

– “porém, no entanto”: são conjunções que podem ocupar dois lugares distintos na oração em que ocorrem: ou antes ou depois do sujeito:

a) Maria estava cansada, no entanto eu não. 

b) Maria estava cansada; eu, no entanto, não.

A depender de onde você escolher colocar a conjunção, haverá vírgula ou não: ou nenhuma ou duas vírgulas, marcando a intercalação da conjunção, com mudança também na pontuação entre as duas orações. Observe os exemplos a) e b) acima.

– “por isso, pois”: ambas não devem ocorrer após ponto-final, mas sempre após vírgula, no mesmo período da correspondente oração principal: “O tempo estava bom, por isso decidimos fazer a festa aqui fora”.

– “se”: ocorre com o verbo no subjuntivo, no pretérito imperfeito ou no futuro; é fator de próclise e pode ocorrer imediatamente antes do pronome pessoal homófono: “Se se sentar, ficará mais confortável”.

– “embora”: usada, de regra, com verbo sempre no subjuntivo, apesar de usos não ortodoxos frequentes: “Embora tivesse dinheiro, preferiu comprar o carro usado ao carro zero quilômetro”.

– “por causa que”: expressão inadequada aos registros formais da língua portuguesa, oriunda de “por causa de que”.

Até a próxima semana!

Uma semana bem conjuntiva!

Carmem Menezes
Revisora de Texto da Secretaria de Comunicação Social