Ao encerrar este mês de janeiro, depois de ter visto para que serve a redação oficial e também definições e indicações de como escrever um ofício ou usar os pronomes de tratamento, é hora de descrever alguns usos dos pronomes.
Pronomes são palavras que substituem um nome e a eles fazem referência. Subdividem-se em: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos. E também há os pronomes de tratamento, ou seja, palavras e expressões que valem por verdadeiros pronomes pessoais, como “Vossa Excelência”, mas também “você, senhor”.
Quanto à concordância, os pronomes de tratamento são empregados com verbo na terceira pessoa: “Vossa Excelência faria isso?” ou “Vossa Santidade gostou do Rio de Janeiro?”. Quando nos dirigimos a alguma autoridade usando o pronome de tratamento a ela atribuído pelo uso, devemos dizer: “Vossa Majestade, Vossa Alteza”. Se algum dia fizermos referência a ela pelo pronome, devemos dizer: “Sua Excelência, o ministro, está muito cansado e não atenderá você”.
Quando há um adjetivo a qualificar a autoridade, a concordância se dá com a autoridade: “Vossa Alteza está cansada, Vossa Reverência está cansado”.
Mudando para os pronomes pessoais, o uso da língua portuguesa padrão indica que:
– depois de “entre” usa-se “mim”: “Esse assunto foi muito discutido entre a equipe e mim” ou “Não há segredos entre você e mim”.
– em uma enumeração, “eu” vem por último: “Maria, Joana e eu participaremos disso”, “Todas as pessoas e eu estamos prontos”.
Há, na nossa língua, o plural de modéstia, como o empregamos para escrever esta coluna, aquele que serve para dar a impressão de que as ideias expostas são compartilhadas pelos leitores. Há também o plural de majestade, quando o “nós” é empregado como símbolo de grandeza e poder: “Nós, Dom Fernando, Rei de Portugal, fazemos saber…”. Não são só os reis de antigamente que falam assim…
Importante lembrar que, apesar de frequente na fala de brasileiros, na escrita, em qualquer nível, é inadequado o uso de “ele, ela” como objeto direito: “As pessoas avisaram ele sobre isso”. E também em falas mais formais.
Por fim, ainda quanto ao emprego dos pronomes, os átonos às vezes precisam se modificar se estiverem enclíticos: “avisaram-na, buscamo-lo, buscá-la, substituí-lo, vendê-los, pô-lo”.
À disposição pelo dicasdeportugues@cnj.jus.br.
Uma semana profícua!
Carmem Menezes
Revisora de Texto da Secretaria de Comunicação Social
