Novo mês, semestre terminando… A proposta desta coluna neste ano foi tratar de textos e também de questões pontuais de grafia e de sintaxe, sempre com exercícios fechando o mês. Gostaria de agradecer àqueles que enviaram suas respostas ao exercício da semana passada. Ainda dá tempo de mandar o seu para dicasdeportugues@cnj.jus.br! A correção comentada é enviada em seguida.
Para resolver este e também o exercício 1, o exercício 2, o exercício 3, você pode consultar a teoria gramatical produzida para esta coluna no ano passado: aqui e aqui.
Neste ano, já enfocamos portaria e resolução, ata e texto narrativo, instrução normativa e relatório. O tipo de texto desta semana é mais genérico: texto argumentativo.
Argumentar é apresentar fatos, ideias, razões lógicas, provas, que comprovem uma tese. Então, é algo que está presente em nosso dia a dia e vai muito além da redação dissertativa escolar. Aliás, esse tipo de redação escolar, constituído, normalmente, por quatro parágrafos e 30 linhas, tem existência muito restrita: a escola e o concurso público. Fora desses dois espaços, as argumentações são muito mais extensas e complexas.
Para estudar esse assunto, indico dois livros: o clássico na área de produção de textos, até hoje imbatível em muitos aspectos, Comunicação em Prosa Moderna, de Othon Garcia, e Técnicas de Redação: o que é preciso saber para bem escrever, de Lucília Garcez, que apresenta ponderações sobre escrita muito interessantes para escritores da vida real.
Na produção de um texto argumentativo, é importante determinar a tese, ou seja, o ponto de vista que se quer defender, por exemplo: a festa junina como símbolo da cultura nacional. Definida a tese, a próxima etapa é elencar argumentos que sustentem a tese. Vejamos:
– Tese: a festa junina como símbolo da cultura nacional.
– Argumentos: tradição da roça, comidas, danças, vestimentas, união das pessoas, música, cultura de todo o país.
Depois, é necessário hierarquizar os argumentos, agrupando-os segundo a força de convencimento que teriam de acordo com o receptor do texto. Por exemplo, os argumentos relacionados ao concreto da festa (comidas, música, dança, vestimentas) e os relacionados ao abstrato: cultura, tradição.
Feito isso, é hora de escrever o texto propriamente dito, cuja extensão depende dos argumentos utilizados. Cada um deles é sustentado por exemplos e justificativas. Aqui você vê como isso pode ser feito.
Na internet, há inúmeras sugestões de como se produzir um texto argumentativo. Você pode pesquisar e ver qual lhe é mais cara. O mais importante é que você lembre que já sabe argumentar desde pequeno. Se há alguma dificuldade na produção de um texto argumentativo, em passar para o papel as ideias, ela pode ser resolvida com o empenho e a leitura de modelos desses textos, como editoriais e artigos assinados publicados em jornais e revistas, por exemplo.
Se quiser conversar mais, entre em contato.
Uma semana interessante!
Carmem Menezes
Revisora de Textos da Secretaria de Comunicação Social
