
Continuando nossa viagem iniciada na semana passada pelo Dicionário de Questões Vernáculas, de Napoleão Mendes de Almeida, seguem outros verbetes que nos ajudam a ir além nas nossas questões vernáculas:
– em barda: locução que significa “em grande quantidade”; exemplo: peixes em barda.
– em riste: locução adverbial que significa “retesado”, “hirto”, como fica a lança quando apoiada no riste (ferro em que o cavaleiro firma o conto da lança quando investe); exemplo: discursou com o dedo em riste.
– fêmeo: deve concordar em gênero e número com a palavra a que se refere. Como qualquer outro adjetivo, flexiona-se genericamente, tal qual se opera com o adjetivo “macho”, que, referindo-se a nomes femininos, deve flexionar-se em “macha”; exemplos: pulga macha, figura macha, aerófago fêmeo, gado fêmeo.
– inobstante: quanto mais ignorante, tanto mais propenso a aceitar novidades é o indivíduo. Somente falta de amadurecimento explica a criação de certos vocábulos ou locuções ou a introdução de significação nova para palavras comuns. Uma é pilheriar, é conversar familiarmente, outra é ser pretensioso, fútil, inovador de especiosidades, criador de gafes em veículos de comunicação. É uma inovação rebarbativa, verdadeira pilhéria linguística.
– pasmo, pasmado: são palavras de diferente emprego. “Pasmo” é substantivo, com o significado, entre outros, de “espanto, assombro, grande admiração”. O adjetivo é “pasmado”. Quem diz “fiquei pasmo” comete o mesmo erro de quem dissesse “fiquei êxtase” em vez de “fiquei extasiado”. Exemplos: o pasmo da multidão; fiquei pasmado.
– Suae quisque fortunae faber est: sentença latina que significa “Cada qual é artífice de sua felicidade”.
Sempre às ordens pelo dicasdeportugues@cnj.jus.br.
Uma semana úmida!
Carmem Menezes
Revisora de Texto da Secretaria de Comunicação Social
