Vivemos num período de mudanças assustadoramente rápidas – inclusive no mundo corporativo. Muitas vezes nos surpreendemos, admirando a fluidez que uma criança lida com a tecnologia ou aprende um novo idioma. Há algum tempo assisti a um vídeo onde uma menina americana, com aproximadamente dois anos de idade, brincava com o Iphone de seu pai. Como se tivesse estudado o manual, a menina percorria facilmente vídeos com seus desenhos prediletos no Youtube.
Impressionado com a cena me questionei: os líderes atuais estão preparados, ou se preparando, para liderar esses futuros profissionais? Se sua resposta for não, prepare-se para ser liderado por eles muito em breve.
Enquanto uma infinidade de perguntas e preocupações sobre o futuro nos assola, as mudanças nos assustam, as crianças já estão prontas e esperando o próximo desafio. Elas possuem como características a facilidade para lidar com a transformação. Problemas praticamente “insolúveis” para nós são vistos e desmistificados com ideias simples e criativas por elas.
Atualmente, percebemos a escassez de líderes competentes no mercado, isso se aplica ao setor público e privado – inclusive na política. “Chefes” individualistas, que pensam apenas no agora, no dinheiro em caixa, esquecem que a perenidade da empresa depende também do caminho ainda a ser traçado – o futuro.
Planejar e desenhar estratégias necessita hoje em dia de, antes de mais nada, ousadia e inteligência para pensar nos nativos digitais, jovens que nasceram no meio tecnológico e já estão invadindo as empresas, buscando seus lugares no mercado com visões práticas, criativas e inovadoras em todos os segmentos. As redes sociais são seu grande habitat – nelas, produtos são difamados ou enaltecidos, atingem o sucesso ou o fracasso. Por mais tradicional que seja a empresa ou setor, esse “mundo” não pode ser ignorado.
Outro ponto importante é a Educação. É fato que os jovens de hoje serão as empresas de amanhã. Agora, como desenvolvê-los e prepará-los? A falta de líderes competentes engloba inclusive o setor da educação, onde, infelizmente, por falta de liderança e inspiração junto aos jovens, assistimos a cenas desagradáveis, com professores ofendidos, agredidos e desmoralizados em seu ambiente de trabalho.
O educador e os pais precisam conduzir um ensino competente não apenas no âmbito da instrução formal, mas também na espiritualidade e na moralidade. Valores de compaixão, amor, justiça e fé são ferramentas fundamentais para os jovens enfrentarem a desmoralização proposta por parte da mídia e as más influências, muitas vezes oferecidas por líderes competentes para a persuasão ao mal. Esses bons valores tornarão jovens em adultos – consequentemente profissionais – de ponta no mercado e na sociedade.
Quanto aos administradores de empresas atuais, é necessário que, mesmo sendo imigrantes digitais, saibam trabalhar com a nova geração, fornecendo espaço, abrindo horizontes e moldando sua administração às novas exigências assim propostas, pois é um caminho sem volta.
É importante ter humildade e permitir a união da sua experiência profissional e pessoal com a facilidade de obtenção de informação dos novatos. A liderança, no futuro, seguirá cada vez mais para o caminho da flexibilidade no lidar e customização dos produtos e processos, acabando com boa parte dos antigos produtos e processos de prateleiras, porque assim como a empresa, o mercado também será de consumidores jovens e exigentes.
Liderar é uma opção profissional. Quem por esse caminho partiu, deve zelar pelas suas equipes, buscando agir como educador e formador de líderes potenciais – e não apenas seguidores. Administrando seu negócio com entusiasmo, ética e sabedoria, servirá de exemplo aos novos profissionais experts em tecnologia – combinação perfeita para garantir lucro e qualidade na gestão da sua organização.
Por Alexandre Ruiz Freitaspara o RH.com.br
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Fonte: Supremo em Dia