O conceito de clima organizacional tem despertado interesse crescente nos administradores brasileiros desde a década de 1970.
O que a prática tem demonstrado é que há relação direta entre o clima do ambiente de trabalho, a produtividade, a capacidade de inovação e, consequentemente, a lucratividade.
Estudo conduzido pela Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (EAESP-FGV) validou este conhecimento essencialmente empírico ao demonstrar que entre 1997 e 2005 as Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil apresentaram retorno 170% acima do Índice Ibovespa e rentabilidade do patrimônio líquido de 17,8%, resultado superior à média das 500 Maiores Empresas do Brasil (11,3%).
O estudo revela que o mercado brasileiro está definitivamente deixando para trás a era em que os ativos tangíveis, como máquinas e estoques, eram os únicos que movimentavam a economia. Estamos entrando em um território altamente complexo e subjetivo, em que as pessoas – suas crenças, valores, comportamentos e relacionamentos – passam a ser determinantes para o sucesso ou o fracasso do seu negócio.
O que é clima organizacional?
Clima organizacional é a qualidade do ambiente que é percebida ou experimentada pelos participantes da empresa e que influencia o seu comportamento. É aquela “atmosfera psicológica” que todos nós percebemos quando entramos em determinado ambiente e que nos faz sentir mais ou menos à vontade para ali permanecer, interagir e realizar.
Somos influenciados pelo clima organizacional e, ao mesmo tempo, o influenciamos. Esse ciclo de influências cria um efeito o qual chamamos de “realimentação de auto-reforço”, fazendo que certas características da cultura sejam amplificadas por meio de comportamentos repetidos nas relações do dia a dia.
Assim, se a cultura organizacional for virtuosa, esse ciclo amplificará comportamentos construtivos, gerando mais produtividade com qualidade de vida. Mas se a cultura for viciosa, o ciclo de influências arrastará a empresa para comportamentos cada vez mais destrutivos, que prejudicam a produtividade e desgastam as pessoas e os seus relacionamentos.
Portanto, torna-se vital conhecermos os fatores que dificultam a manutenção de um clima organizacional produtivo se pretendemos intervir de forma significativa.
Quando aumenta:
» turnover (perda de talentos);
» reclamações trabalhistas;
» retrabalho, desperdício;
» perdas diversas.
Quando diminui:
» produtividade;
» motivação;
» assiduidade;
» inovação.
Soluções práticas para a melhoria do clima organizacional
A melhoria do clima organizacional é um desafio bastante complexo dado o alto grau de subjetividade envolvido nesse processo. As pesquisas de clima organizacional apenas trazem um mapeamento do ambiente psicológico, mas não têm o poder (nem a pretensão) de prover soluções efetivas para o problema.
Se pretendemos obter melhorias realmente expressivas e sustentáveis sobre o clima, precisaremos investir em programas práticos capazes de intervir no que acontece “da pele para dentro” das pessoas, e que, portanto, não se limitem a oferecer apenas teorias, modelos e conceitos. Programas estruturados, que priorizem a otimização dos comportamentos produtivos através da redução de stress e reatividade, bem como do aumento do discernimento e do bem-estar do colaborador.
Assim, iniciamos um processo em cadeia que começa com a melhoria do clima do indivíduo e que poderá culminar com a evolução de toda a cultura organizacional.
Fonte: RH Portal
