Adjetivos – Flexão gradual

Continuando a discutir características morfológicas dos adjetivos, falemos de grau, ou seja, quando há comparação de qualidades e a forma do adjetivo se modifica, em alguns casos. Apenas os adjetivos são suscetíveis de grau superlativo, pois só eles encerram a ideia de qualidade, que pode ser elevada em sua significação. Assim, a expressão “coisíssima nenhuma” só é adequada em linguagem caseira.

Há o comparativo e o superlativo, cada um com as respectivas subdivisões. Há comparativos sintéticos, como “melhor” (de “bom”), “pio” (de “mau”), “maior” (de “grande”), “menor” (de “pequeno”). Em Portugal, ainda se usa a forma mais antiga “mais pequeno” acertadamente.

A palavra “senhor” é proveniente do comparativo latino, significando “mais velho”, assim como “interior”, que significava “mais para dentro”, ou “prior”, de “mais importante”. Nos dias atuais, esses comparativos são empregados como substantivos e perderam a noção original que havia em latim.

O superlativo absoluto sintético implica acréscimo de sufixo ao adjetivo, formando, por exemplo, “popularíssimo”. Muitas vezes, nesse processo, recupera-se o radical latino, como em “cruel/crudelíssimo” e “louvável/laudabilíssimo”.

Também há formas como “áspero/aspérrimo”, “negro/nigérrimo”, “livre/libérrimo”.

Seguem mais alguns superlativos, que podem servir, por exemplo, para enriquecer seu texto: “baixo/ínfimo”, “frio/frigíssimo”, “sábio/sapientíssimo”, “simples/simplicíssimo”, “manso/mansuetíssimo”.

Por fim, a invenção “muito ótimo” também se deve restringir ao ambiente doméstico.

Sempre às ordens pelo e-mail dicasdeportugues@cnj.jus.br.

Uma semana com supremas alegrias!

 

Carmem Menezes

Revisora de Texto da Secretaria de Comunicação Social