
“O corpo humano é a carruagem. Eu, homem que a conduz. O
pensamento, as rédeas. Os sentimentos, os cavalos..”
Platão
Neste mês de março, o assunto é concordância. Começamos com considerações sobre concordância nominal e exercício. Semana passada, os exercícios chegaram antes da teoria. Agora é a hora de justificar as concordâncias verbais de cada oração do exercício da semana passada.
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Justifique a concordância dos verbos nas orações seguintes.
a) É mofina a condição dos povos em que faltam lavradores e sobejam legisladores.
O sujeito de “faltam” – “lavradores” – está no plural e concorda com o verbo no plural; o sujeito de “sobejam” – “legisladores” – está no plural e concorda com o verbo no plural.
b) Itaguaí e o universo ficavam à beira de uma revolução.
O sujeito de “ficavam” é composto – Itaguaí e o universo” –; daí o verbo no plural.
c) No dia seguinte, veio o morgado e a filha a Lisboa.
O sujeito de “veio” – “o morgado e a filha” – tem dois núcleos e o verbo deve estar no plural. A forma correta é “vieram”. Apesar dessa regra geral, a gramática descreve a possibilidade de concordância com o sujeito mais próximo.
d) Seguiam-na, a distância, o esposo e o médico.
O sujeito de “seguiam” – “o esposo e o médico” – tem dois núcleos e concorda com o verbo no plural.
e) Obelisco não é mourão em que se amarram cavalos.
O sujeito de “amarram” – “cavalos” – está no plural e concorda com o verbo, que está na voz passiva.
f) Chegava a multidão de passageiros dos subúrbios.
O sujeito de “Chegava” – “a multidão” – está no singular e concorda com o verbo.
g) Eu, o silêncio e a solidão éramos quem estava aí.
O sujeito de “éramos” – “Eu, o silêncio e a solidão” – tem três núcleos, sendo um deles um pronome de primeira pessoa. Então, o verbo fica na primeira pessoa do plural.
h) A maior parte das companheiras eram felizes.
O sujeito de “eram” – “a maior parte” – está no singular e o verbo deve estar no singular também: “era”. Apesar dessa regra geral, a gramática autoriza a concordância no plural, com o objetivo de evidenciar os vários elementos que compõem o todo.
i) A maioria dos condenados acabou nas plagas africanas.
O sujeito de “acabou” – “A maioria” – está no singular e concorda com o verbo. Apesar dessa regra geral, a gramática autoriza a concordância no plural, com o objetivo de evidenciar os vários elementos que compõem o todo.
j) Ao lado, em distância, conveniente para o fogo não chamuscar a copa verde, uma palmeira ou árvore esguia era plantada.
O sujeito de “era” – “uma palmeira ou árvore esguia” – pode levar o verbo para o singular ou o plural, a depender de o fato expresso pelo verbo poder ser atribuído a todos os sujeitos ou não, com a ideia de alternativa. No caso desta oração, há ideia de atribuição aos dois sujeitos e o verbo deve ficar no plural.
l) O falso e o verdadeiro, a verdade e a mentira, tudo passa.
O sujeito de “passa” – “tudo” – está no singular e concorda com o verbo.
m) Mais de um ricaço ficou reduzido à miséria.
O sujeito de “ficou” – “mais de um” – está no singular e concorda com o verbo.
n) Nem o macaco nem a ema conseguem escapar à agilidade do puma.
O sujeito de “conseguem” – “Nemo macaco nem a ema” – pode levar o verbo para o singular ou o plural, a depender de o fato expresso pelo verbo poder ser atribuído a todos os sujeitos ou não, com a ideia de alternativa. No caso desta oração, há ideia de atribuição aos dois sujeitos e o verbo deve ficar no plural.
o) Sobraram cerca de sessenta ingressos.
O sujeito de “Sobraram” – “sessenta ingressos” – está no plural e leva o verbo para o plural.
p) Infelizmente, só quando acontecem tragédias é que as autoridades tomam providência.
O sujeito de “acontecem” – “tragédias” – está no plural e concorda com o verbo no plural.
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Uma semana justa!
Carmem Menezes
Revisora de Texto da Secretaria de Comunicação Social
