
Ligam orações
Continuando nosso caminho pelo terreno das palavras gramaticais, aquelas que não têm referente no mundo extralinguístico, focamos, nesta semana, as conjunções, pequenas palavras que ligam orações, ou sejam enunciados de sentido completo em que já pelo menos duas formas verbais conjugadas.
Há dois tipos de conjunções: a) as coordenativas, que unem orações independentes, que não exercem função sintática uma em relação à outra; e b) as subordinativas, que unem orações dependentes, que exercem função sintática uma em relação à outra.
Decorar o nome dos tipos dessas conjunções é um dos passatempos da vida escolar; na vida prática, importa mais saber o valor das conjunções e como elas se combinam com os tempos verbais e também suas implicações na pontuação, por exemplo.
Assim, se em “O órgão está sem internet, mas os trabalhos continuam normalmente” for usada outra conjunção do mesmo grupo, muda-se a forma para “O órgão está sem internet; os trabalhos, porém, continuam normalmente”, em que há deslocamento da conjunção e inclusão de vírgulas e ponto e vírgula.
Também a mudança de posição gera mudança de sentido: “Nosso pai morreu há dois dias; não podemos, pois, participar da festa”, em que “pois” é conclusivo. Já em “Não mereço castigo, pois nada fiz” a mesma conjunção é causal.
A conjunção “embora” obriga a forma verbal a ser conjugada no subjuntivo: “Embora tivesse condições, não ajudou o amigo”. Da mesma forma “quando”, em alguns contextos: “Quando você vier, ficarei feliz”.
Cabe também destacar que “posto que” é do grupo de “embora” e “visto que” é do grupo de “porque”; e também que “vez que” não existe, apenas “uma vez que”.
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Uma semana florida! Carmem Menezes Revisora de Texto da Secretaria de Comunicação Social |
