É antevéspera de Natal!

Chegar ao final de um ano é uma alegria. É bom terminar algo, mesmo que esse algo não tenha sido súper, ou médio e tenha sido até bem ruim. Chegar ao fim é bom. Fim.

Estar vivo, na antevéspera do Natal, faz pensar na vida. No que se fez e se deixou de fazer. No que foi bom. No que poderia ter sido melhor. No que se poderia ter feito melhor. No que fez crescer. No que prejudicou. No que fez a diferença. Nos sorrisos. Nas lágrimas. Na esperança de dias melhores. No cartão de crédito. Nos carnês. Nas bebidas. Nas comidas. Na família. Nas crianças. Nos pais. Nos filhos. Na vida.

Para você, uma música e um poema. Feliz Natal! Feliz Ano Novo!

 

REINAUGURAÇÃO

 

Entre o gasto de dezembro e o florido janeiro, 

Entre a desmistificação e a expectativa,

Tornamos a acreditar, a ser bons meninos,

E como bons meninos reclamamos

A graça dos presentes coloridos.

 

Nossa idade – velho ou moço – pouco importa.

Importa é nos sentirmos vivos.

E alvoroçados mais uma vez, e revestidos de

Beleza, a exata beleza que vem dos gestos espontâneos

E do profundo instinto de subsistir

Enquanto as coisas em redor se derretem e somem

Como nuvens errantes no universo estável.

Prosseguimos. Re-inauguramos.

 

Abrimos olhos gulosos a um sol diferente que nos acorda para descobrimentos.

Esta é a magia do tempo. Esta é a colheita particular

Que se exprime no cálido abraço e no beijo comungante,

No acreditar na vida e na doação de vivê-la

Em perfeita procura e perpétua criação.

E já não somos apenas finitos e sós.

 

Somos uma fraternidade, um território, um país que começa outra vez no canto do galo de 1º de janeiro E desenvolve na luz o seu frágil projeto de felicidade

Carlos Drummond de Andrade

 

 

Carmem Menezes

Revisora de Texto da Secretaria de Comunicação Social