
Aparentes erros, escolhas brilhantes
Neste novo mês, vamos falar de figuras de sintaxe, ou seja, processos expressivos que tornam as frases um pouco diferentes do padrão, com superabundâncias, desvios, lacunas, nas quais a coesão é condicionada pelo contexto geral e pela situação.
Os nomes dos fenômenos são muito interessantes: zeugma, pleonasmo, hipérbato, anástrofe, prolepse, assíndeto, polissíndeto, anacoluto, silepse, entre outros.
Vamos detalhar alguns:
1) Zeugma: é a ocorrência do mesmo termo em duas orações, sendo um deles omitido. Exemplo: “A igreja era grande e pobre. Os altares, humildes.”
2) Pleonasmo: é a superabundância de palavras para enunciar uma ideia. Exemplo: “Entra para dentro, João!”. Às vezes é vicioso, quando se deve à ignorância, como em “breve alocução, monopólio exclusivo, etc.”.
3) Hipérbato: é a separação de palavras do mesmo grupo pela intercalação de outras palavras, ou seja, a inversão da ordem direta. Exemplo: “Eu, a mãe, perdi logo cedo.”
4) Anástrofe: é a anteposição de determinante ao determinado. Exemplo: “Da mesa a toalha era de linho.”
5) Prolepse: é o deslocamento de um termo para a oração antecedente. Ocorre na fala informal. Exemplo: “O próprio ministro dizem que não gostou do ato.”
6) Síndeto: é a sucessão de orações sem a presença de conjunções coordenativas. Exemplo: “A barca vinha perto, chegou, atracou e entramos.”
7) Polissíndeto: é o emprego reiterado de conjunções coordenativas. Exemplo: “Fui cisne, e lírios, e água, e catedral.”
8) Silepse: “é a concordância com a ideia que a palavra expressa. Exemplo: “Já toda a gente estava indignada. Queriam ouvir.”
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| Um mês de muitas realizações! Até novembro!
Carmem Menezes Revisora de Texto da Secretaria de Comunicação Social |
