Na curta semana de trabalho após o carnaval, você foi apresentado a outro ato oficial administrativo: a ata. Continuando nossos estudos, vamos tratar de dois assuntos nesta semana: hífen e abreviaturas.
O Acordo Ortográfico de 1990, na Base XV, na XVI e na XVII, descreve os usos do hífen em contextos distintos. A ideia aqui não é ser exaustivo, mas indicar os principais usos e propor solução para os demais casos, a qual resolverá todos os problemas. Então, emprega-se hífen:
1) Nas palavras compostas em que não há preposição entre os elementos, os quais conservam acento próprio: “médico-cirurgião, ano-luz, guarda-noturno, primeiro-ministro” etc.
2) Nos topônimos em que os elementos estejam ligados por artigo: “Baía de Todos-os-Santos”.
3) Nas palavras compostas que designam espécies botânicas ou zoológicas, com ou sem preposição: “abóbora-menina, couve-flor, feijão-verde” etc.
4) Nos compostos com “bem” ou “mal” como: “bem-aventurado, bem-humorado, mal-estar, mal-humorado, bem-nascido” etc.
5) Nos compostos como “além-mar, recém-nascido, sem-vergonha”.
6) Na ligação de duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando encadeamentos vocabulares como “ponte Rio-Niterói, ligação Angola-Moçambique” etc.
7) Na ênclise e na tmese: “amá-lo, eis-me, amá-lo-ei,”.
E com os prefixos e sufixos? Como se usa o hífen? É hora da solução: consulte o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), publicado pela Academia Brasileira de Letras (ABL), disponível aqui. Assim, você vai incorporando novas palavras ao seu dia a dia já da forma correta.
As reduções, por sua vez, existem desde sempre, e o Volp as diferencia em três tipos: a) reduções tradicionais, como “Sr., V.Ex., Profa.”; b) reduções específicas de uma obra especializada, como as abreviações usadas em teses e dissertações acadêmicas; e c) reduções convencionadas internacionalmente. Há também as siglas, como EUA, de “Estados Unidos da América” e Unesco, de “Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura”. Aqui você encontra a lista de reduções do Volp. No caso das que não são determinadas por órgãos internacionais, o ponto é obrigatório: “ap., etc., art., biol.”. Se a sigla ficar no final da frase, o ponto da abreviatura funde-se com o ponto-final: “Comprei meu ap.”. Com os outros sinais de pontuação, o ponto de abreviatura é seguido, por exemplo, pela vírgula: “Comprei meu ap., meu carro e uma surpresa.”. A redução de hora (“h”), minuto (“min”) e segundo (“s”) é determinada pelo Sistema Internacional de Unidades; então, é sem o ponto e sempre em minúscula. Esqueça “hs” e “hrs”. O Inmetro determinou tudo como tem de ser aqui e aqui.
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Contato pelo e-mail dicasdeportugues@cnj.jus.br.
Uma semana expandida!
Carmem Menezes
Revisora de Texto da Secretaria de Comunicação Social
