Nesta última semana de agosto, vamos analisar nova classe de palavras: preposição. Preposição é uma palavra interessante… sempre invariável, pode ser essencial ou acidental, pode ter valor semântico ou não, pode ser única ou ocorrer em uma locução. Preposições ligam palavras, tanto para estabelecer relações de regência e completar o sentido de uma palavra quanto só para marcar a transitividade do verbo.
Preposições se contraem, como “dentre”, por exemplo, a soma de “de” e “entre”. Para que ocorra corretamente, é necessário que algo “peça” a preposição “de”: “Saí da moita -> Saí de entre as folhas -> Saí dentre as folhas”. Em 99% das ocorrências contemporâneas, você vai usar só “entre”.
Preposições desaparecem na sua forma pura, como “per”, e permanecem na sua forma contraída como artigo, como “pelo” e “pela”. Ou você achava que isso era uma dificuldade da nossa língua? E a preposição “por”? Existe só em sua forma pura, já que suas formas contraídas desapareceram com o tempo. Como se sabe disso? Lembra que “pólo” tinha acento? Esse acento diferencial existia justamente para marcar qual palavra era preposição (polo) e qual era substantivo (pólo). Mas, nossa nova grafia acabou com essa distinção, certo?
As preposições simples e essenciais são aqueles que sabemos de cor: “a, ante, até, após; com, contra; de, desde; em, entre; para, perante, por; sem, sob, sobre; trás”.
As preposições acidentais são palavras que, apesar de pertencerem a outras classes de palavra, podem funcionar como preposições. Alguns exemplos são: “durante, exceto, menos, segundo, senão, tirante”. Tirante? “Tirante: exceto, salvo. Ex. era tal qual o pai, tirante a cor dos olhos”.
Antes de terminar, vale dizer que, entre as locuções prepositivas (normalmente terminadas em “de”), “face a” é considerada galicismo e, por isso mesmo, deve ser substituída por “em face de”. Também cabe dizer que “ao invés de” significa “ao contrário de” e “em vez de” significa “no lugar de”. Portanto, o uso de uma é distinto do uso da outra. Atenção ao uso escorreito.
Semana que vem: o maravilhoso mundo do valor da preposição. Até lá, o e-mail dicasdeportugues@cnj.jus.br está à sua disposição.
Uma semana essencial!
Carmem Menezes
Revisora de Textos da Secretaria de Comunicação Social
