Verbos irregulares: quando a surpresa é a regra

Na semana passada, o foco voltou-se para tópicos de língua portuguesa, advindos dos textos da vida diária no CNJ. Nesta semana, o assunto desta coluna são verbos irregulares, verbos que não seguem paradigmas de conjugação e apresentam alterações tanto no radical quanto nas desinências.

A depender do contexto, ouvir “seje”, “truxe”, “Se eu pôr” não é tão raro assim… O que todas essas formas verbais têm em comum é a irregularidade, que deve ser aprendida, ao contrário da regularidade, que é inata para os falantes.

Pontualmente, comentários sobre algumas irregularidades:

1) Não existe “seje”: o presente do subjuntivo do verbo “ser” é “seja”; exemplo: “Quero que você seja feliz”.

2) Não existe “truxe”: o verbo “trazer” apresenta mudança de radical e, no pretérito perfeito do indicativo, conjuga-se “trouxe, trouxemos”. Os tempos derivados deste mantêm a irregularidade: “trouxesse, trouxer”. Atenção à grafia com “x”.

3) Não existe “quiz”. O verbo “querer” apresenta irregularidades no radical: “quero, queria, quis, quererei, queira, quisesse, quiser” são exemplos desse verbo conjugado na primeira pessoa do singular. Atenção à grafia sempre com “s”.

4) Os verbos “ver” e “vir” misturam-se e confundem-se me vários tempos. No presente, “ele vem, eles vêm”, para o verbo “vir”; “ele vê, eles veem” para o verbo “ver”. No subjuntivo, temos “vier, viermos e vierem”, para “vir”; “vir, virmos e virem” para “ver”. Assim, em uma frase com “Se você vier, para o que der e vier”, emprega-se corretamente o verbo “vir”, assim como “Se você a vir, avise-me imediatamente” emprega corretamente o verbo “ver”.

5) Quando se tem de empregar o futuro do subjuntivo, a irregularidade salta aos olhos. Então, nada de “Se eu pôr” ou “Quando ele trazer” ou ainda “Se eu fazer”. A forma correta de cada uma dessas orações é: “Se eu puser”, “Quando ele trouxer”, “Se eu fizer”. Atenção: você deve ensinar seu filho essas exceções. Ele nasce sabendo de várias coisas. Mas isso ele vai errar.

 

À disposição pelo e-mail dicasdeportugues@cnj.jus.br.

 

Uma semana criativa!

 

Carmem Menezes

Revisora de Texto da Secretaria de Comunicação Social