“Alma não tem cor porque eu sou branco
Alma não tem cor porque eu sou negro
Branquinho, neguinho, branco, negão…”
André Abujamra.
O Dia Nacional da Consciência Negra é comemorado na data de aniversário da morte de Zumbi dos Palmares, líder dos escravos no século XVII. Em 20 de novembro de 1695, Zumbi, rei do Quilombo dos Palmares, foi assassinado numa emboscada na Serra Dois Irmãos, em Pernambuco/PE.
A história deste ícone da resistência negra ao escravismo e de sua luta pela liberdade foi resgatada nas décadas de 60 e 70 pelo movimento negro brasileiro. Entretanto, a falta de dados e registros da época em que ele viveu dificulta o trabalho dos pesquisadores.
Estima-se que o Quilombo dos Palmares tenha abrigado mais de 20 mil habitantes, numa área de aproximadamente 27 mil metros quadrados. Localizado na Serra da Barriga, antiga capitania de Pernambuco, Palmares foi o maior e mais duradouro quilombo do Brasil.
Em 1978, o Movimento Negro Unificado transformou a data da morte de Zumbi no Dia Nacional da Consciência Negra. A proposta da data é fomentar as discussões sobre a importância do negro na formação da sociedade brasileira e manter vivos os ideais de liberdade e dignidade da raça negra, simbolizados por Zumbi.
Refletir para agir – Em 2003, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou a Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial, que só será de fato conquistada com a inclusão social do negro. Para tanto, é preciso que haja engajamento de todos na busca do ensino público de qualidade, dando às crianças pobres, negras e mestiças similaridade de condições para aprender e crescer como indivíduos conscientes e bem-estruturados.
O mito da democracia racial ainda persiste no Brasil, camuflando uma sociedade que exclui e marginaliza os negros de maneira velada. O fato de não vivermos em um apartheid não nos exime de ser um país onde o negro tem menos oportunidades de estudar, de conseguir bons empregos, de viver seus direitos e deveres de cidadão pleno e capaz.
Somos todos filhas e filhos da Mama África! A reflexão está lançada. E que ela não dure apenas o tempo fugaz de uma celebração.
Luciana de Assunção
