Convertido em dólar, mínimo brasileiro é o dobro do russo e quase o triplo do mexicano, mas é apenas um sétimo do
australiano.
O novo salário mínimo, estipulado em 622 reais, entrou em vigor em todo o Brasil no último domingo (1º/1). O reajuste de
14,13% implicará em um aumento de 77 reais no contracheque do brasileiro.
Apesar do avanço, o valor, que corresponde a 334 dólares (em conversão de hoje), está bem aquém do salário mínimo de
países como a Holanda a Bélgica, que está acima dos 1.800 dólares.
Em contrapartida, comparado a países como o Camboja, onde um trabalhador da indústria calçadista ganha 61 dólares por
mês, ou à China, onde os trabalhadores da cidade de Shenzhen – que paga os melhores salários do país – ganham
209 dólares (dados do Ministério de Recursos Humanos e Segurança Social), o mínimo brasileiro parece um pouco menos
tímido.
Comparar os salários mínimos de países diferentes não é uma tarefa simples. Em primeiro lugar, nem todos os países
adotam um salário mínimo – Alemanha, Itália, Suíça e Índia estão nos time dos que dispensam a convenção, permitindo
que cada indústria ou região conduzam suas próprias negociações.
Já em outros países, como México e Estados Unidos, apesar de existir um mínimo nacional, os valores praticados podem
variar em cada território da federação.
Por fim, é preciso levar em conta o fato de que a simples conversão da moeda local para o dólar para fins de comparação
não reflete as condições de vida que estes salários mínimos garantem em cada país, já que os custos mínimos de vida
variam em cada um deles.
Mesmo com essas ressalvas, é possível fazer algumas comparações interessantes. O mínimo argentino, por exemplo,
equivale a 534 dólares – 200 dólares a mais que o brasileiro. Já o russo (143 dólares), corresponde a menos da metade
do brasileiro, assim como o mexicano (117 dólares), que representa quase um terço do mesmo.
Fonte: Exame
