Supremo e CNJ apoiam campanha de prevenção à AIDS

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Às vésperas do Carnaval, o Supremo Tribunal Federal e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realizaram na última quarta-feira (11/2) um bate-papo com a coordenadora de Prevenção do Departamento de DST/AIDS do Ministério da Saúde sobre a Campanha de Prevenção à AIDS de 2015, iniciada no carnaval. A palestra foi direcionada aos servidores dos dois órgãos do Judiciário e serviu para dirimir dúvidas em relação ao tema, assim como esclarecer a política de saúde praticada pelo governo em relação à doença. Outras campanhas do Ministério da Saúde deverão contar com o apoio dos dois órgãos de Justiça.

 

palestra aids analucia2Ana Lúcia Ferraz fez um retrospecto da disseminação da doença que ceifa 12 mil vidas por ano no Brasil e revelou que ampliação da testagem é o novo foco do Ministério da Saúde. De acordo com a especialista, estima-se que 700 mil pessoas tenham o vírus da AIDS no país, mas 150 mil ainda não saibam disso. “Ampliar o conhecimento sobre o seu corpo é fundamental para que o tratamento seja iniciado o mais rapidamente. Mantermos a carga viral das pessoas contaminadas baixa significa reduzir ou mesmo evitar a retransmissão do vírus”, explicou. 

De acordo com os dados do Ministério, os jovens entre 15 e 24 anos estão dentre os mais vulneráveis; em 2013, 4.414 jovens foram detectados com o vírus HIV, contra 3.400 mil em 2004. O aumento não surpreendeu o secretário de Serviços Integrados de Saúde do STF, Marco Polo. “A verdade é que eles não cresceram vendo os ídolos morrerem definhando, como nós vimos. Cazuza, Lauro Corona, Betinho, e tantos outros. Na década de 80, a AIDS era uma sentença de morte; uma epidemia avassaladora. Hoje, tornou-se uma espécie de doença crônica”, comparou. palestra aids

De acordo com o diretor-geral do STF, Amarildo Vieira de Oliveira, a ideia de falar sobre o tema para os servidores tem relação com o perfil dos servidores da Casa – formada por uma grande parcela de jovens. “O boom da AIDS realmente passou. Os jovens de hoje nasceram em uma fase da doença em que ela se tornou pouco difundida; a temática já não chama tanta atenção. No entanto, sabemos que uma imensa parcela da população sexualmente ativa está praticando sexo desprotegido, ainda que saiba que essa é a melhor forma de se proteger. Trazer essa pauta pro STF e o CNJ é uma forma de reacender essa discussão e, naturalmente, proteger nossos servidores”, disse.   

Para o público presente, a palestra foi didática e esclarecedora. “Tirei dúvidas e deixei de lado alguns mitos, como o do beijo. Não sabia que a AIDS não se pegava no beijo; ainda achava que esse era um perigo real”, afirmou a servidora Waleska Hitzschky. 

A representante do Ministério da Saúde apresentou estimativas do Ministério da Saúde em relação ao comportamento sexual do brasileiro nos últimos dez anos. Segundo Ana Ferraz, em 2004, 20% da população relatou mais de 10 parceiros na vida. Em 2013, esse número teria subido para 44%. 

“Não há dúvida que o comportamento mudou e que hoje, mais do que nunca, é preciso focar no sexo seguro. Estamos falando de vida, e não conhecemos nenhum outro caminho que não seja a utilização do preservativo”, reforçou o diretor-geral do CNJ, Ruy Moreira. 

Dados divulgados esta semana pelo Ministério da Saúde revelaram que 45% dos brasileiros não usa camisinha mesmo sabendo que essa é a melhor forma de evitar a contaminação da aids e de outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). 

O evento foi aberto aos convidados, parentes e amigos dos servidores e ocorreu na Sala de Sessões da 2ª Turma, do STF. 

 

Regina Bandeira
Agência CNJ de Notícias