Formação de Palavras
O enriquecimento vocabular de uma língua passa pela criação de novas palavras para atender a demandas significativas dos falantes e das áreas específicas do conhecimento.
Um jeito de formar neologismos é a justaposição, quando duas palavras passam a ter um novo significado e estão ligadas por hífen, como cachorro-quente, guarda-chuva, couve-flor, secretário-geral.
Algumas palavras perderam o hífen na última reforma ortográfica, como dia a dia, fim de semana e pôr do sol.
A abreviação também é uma maneira de criar palavras, como as siglas que identificam nosso órgão – CNJ – e as unidades do Conselho. Por exemplo, você sabe qual é o significado de DMF?
O novo manual da Redação da Presidência da República
O ano era 1991: a Presidência da República trazia à tona a 1ª edição do Manual de Redação da Presidência da República, escrito por um diplomata e um ministro do Supremo. Dez anos depois, a 2ª edição. E, em 2018, a terceira edição ao apagar das luzes do mandato do presidente anterior.
As mudanças implementadas no texto foram muito além de transformações estéticas de diagramação: foram de conteúdo e de reestruturação, de inserção de informações e de retirada de tópicos, para que se chegasse a uma edição mais adequada ao século XXI e suas tecnologias.
Assim, saem o telegrama e o fax – como instrumentos de comunicação oficial – e permanece o e-mail. Aos atributos da comunicação oficial – questão queridinha nas provas de concurso público – são acrescidos a precisão, a objetividade, a padronização e o uso da norma padrão da língua portuguesa. Não se fala mais de língua culta, mas daquela que se aprende na escola, com “parâmetros [diferentes] daquele da literatura, do texto jornalístico”.
A parte sobre objetividade, recém incluída, é válida para nossos textos, cartilhas e manuais produzidos aqui no CNJ:
Objetividade
Ser objetivo é ir diretamente ao assunto que se deseja abordar, sem voltas e sem redundâncias. Para conseguir isso, é fundamental que o redator saiba de antemão qual é a ideia principal e quais são as secundárias.
Procure perceber certa hierarquia de ideias que existe em todo texto de alguma complexidade: as fundamentais e as secundárias. Essas últimas podem esclarecer o sentido daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas existem também ideias secundárias que não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior relação com as fundamentais, podendo, por isso, ser dispensadas, o que também proporcionará mais objetividade ao texto.
A objetividade conduz o leitor ao contato mais direto com o assunto e com as informações, sem subterfúgios, sem excessos de palavras e de ideias. É errado supor que a objetividade suprime a delicadeza de expressão ou torna o texto rude e grosseiro.
Então, mãos à obra: a nova versão do MRPR está disponível aqui.
20 dicas para escrever bem
1. Evite repetir a mesma palavra, porque essa palavra vai se tornar uma palavra repetitiva e, assim, a repetição da palavra fará com que a palavra repetida diminua o valor do texto em que a palavra se encontre repetida!
2. Fuja ao máx. da utiliz. de abrev., pq elas tb empobrecem qquer. txt ou mensag. que vc. escrev.
3. Remember: Estrangeirismos never! Eles estão out! Já a palavra da língua portuguesa é very nice! Ok?
4. Você nunca deve estar usando o gerúndio! Porque, assim, vai estar deixando o texto desagradável para quem vai estar lendo o que você vai estar escrevendo. Por isso, deve estar prestando atenção, pois, caso contrário, quem vai estar recebendo a mensagem vai estar comentando que esse seu jeito de estar redigindo vai estar irritando todas as pessoas que vão estar lendo!
5. Não apele pra gíria percebe mano, ainda que pareça tipo assim, legal, da hora, sacou? Então joia. Valeu!
6. Abstraia-se, peremptoriamente, de grafar terminologias vernaculares classicizantes, pinçadas em alfarrábios de priscas eras e eivadas de preciosismos anacrônicos e esdrúxulos, inconciliáveis com o escopo colimado por qualquer escriba ou amanuense.
7. Jamais abuse de citações. Como alguém já disse: “Quem anda pela cabeça dos outros é piolho”. E “Todo aquele que cita os outros não tem ideias próprias”!
8. Lembre-se: o uso de parêntese (ainda que pareça ser necessário) prejudica a compreensão do texto (acaba truncando seu sentido) e (quase sempre) alonga desnecessariamente a frase.
9. Frases lacônicas, com apenas uma palavra? NUNCA!
10. Não use redundâncias, ou pleonasmos ou tautologias na redação. Isso significa que sua redação não precisa dizer a mesmíssima coisa de formas diferentes, ou seja, não deve repetir o mesmo argumento mais de uma vez. Isso que quer dizer, em outras palavras, que não se deve repetir a ideia que já foi transmitida anteriormente por palavras iguais, semelhantes ou equivalentes.
11. A hortografia meresse muinta atensão! Preciza ser corrijida ezatamente para não firir a lingúa portuguêza!
12. Não abuse das exclamações! Nunca!!! Jamais!!! Seu texto ficará intragável!!! Não se esqueça!!!
13. Evitar-se-á sempre a mesóclise. Daqui para frente, pôr-se-á cada dia mais na memória: “Mesóclise: evitá-la-ei”! Exclui-la-ei! Abominá-la-ei!”
14. Muita atenção para evitar a repetição de terminação que dê a sensação de poetização! Rima na prosa não se entrosa: é coisa desastrosa, além de horrorosa!
15. Fuja de todas e quaisquer generalizações. Na totalidade dos casos, todas as pessoas que generalizam, sem absolutamente qualquer exceção, criam situações de confusão total e geral.
16. A voz passiva deve ser evitada, para que a frase não seja passada de maneira não destacada junto ao público para o qual ela vai ser transmitida ou televisionada.
17. Seja específico: deixe o assunto mais ou menos definido, quase sem dúvida e até onde for possível, com umas poucas oscilações de posicionamento, meio parecido com o exemplo citado.
18. Como já repeti um milhão de vezes: evite o exagero. Ele prejudica a compreensão de todo o mundo!
19. Por fim, Lembre-se sempre: nunca deixe frases incompletas. Elas sempre dão margem a incompreensões e a
Dicas de JB Oliveira
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Tem alguma dúvida ou sugestão? Escreva para dicasdeportugues@cnj.jus.br
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