Os principais pontos que as empresas devem considerar no processo de contratação de detentos e egressos do sistema carcerário foram apresentados, nesta terça-feira (06/09), pelo diretor de Sustentabilidade do Grupo Odebrecht, Luciano Alfredo Bonaccini, aos empresários participantes do Encontro Nacional do Começar de Novo, em São Paulo. O evento foi realizado numa parceria entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
A Odebrecht é uma das maiores parceiras do Programa Começar de Novo, criado pelo CNJ e executado nos estados pelos tribunais de Justiça, governos estaduais e municipais, empresas privadas e entidades da sociedade civil. A construtora, entre outras iniciativas, tem levado para as obras de infraestrutura da Copa do Mundo 2014 trabalhadores presos e também ex-detentos.
Postura – Segundo o diretor da Odebrecht, a contratação deve ser feita dentro de um processo normal: com entrevista, apresentação de documentação e avaliação de saúde. Na entrevista, os candidatos devem ser avaliados por uma postura pró-ativa, disposição para o trabalho, motivação e desejo de reintegração à sociedade.
Luciano Bonaccini destacou também que os contratados devem ser direcionados para diferentes frentes de trabalho e somente os encarregados devem saber de sua situação penal. Esses encarregados devem ser preparados para atuar como responsáveis pela avaliação comportamental e profissional dos funcionários.
De acordo com o diretor da Odebrecht, não deve ser dado qualquer destaque ou tratamento diferenciado ao contratado preso ou egresso. É muito importante evitar sua exposição perante os demais funcionários, para evitar sua segregação.
Confiança – Luciano Bonaccini acrescentou ser essencial o estabelecimento de um vínculo de confiança e comunicação com o contratado. Ao final de sua palestra, o diretor da Odebrecht recebeu o Selo do Programa Começar de Novo das mãos do juiz auxiliar da Presidência do CNJ Márcio Fraga.
O Encontro Nacional do Começar de Novo tem o objetivo de mostrar ao empresariado as vantagens desse tipo de contratação: além da promoção da cidadania e da redução da reincidência criminal, os benefícios incluem a redução do peso da folha salarial das empresas, por meio de isenções de obrigações trabalhistas e concessão de incentivos fiscais.
Jorge Vasconcellos e Manuel Montenegro
Agência CNJ de Notícias