“Se não tivesse sido internado, talvez estivesse na mesma”

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“Essa experiência mudou a minha vida”. A afirmação é de Vinicius, 20 anos, designer de AutoCAD. Ele foi internado três vezes – aos 13, 16 e 17 anos – após se envolver em atos infracionais. Na última vez que ‘rodou’, foi cumprir a medida socioeducativa na unidade de Vila Maria, no Bairro do Brás, em São Paulo. Lá teve a oportunidade de se profissionalizar e se integrar de vez à sociedade.

A internação não foi uma experiência desejada, porém foi decisiva para a mudança de Vinícius. “Se não tivesse sido internado, seria bem provável que eu estivesse na mesma”, conta o jovem. Na última unidade, ele teve a oportunidade de fazer um curso de encanador, oferecido por uma organização não governamental com a parceria da Fundação Casa – entidade que administra as unidades de internação de São Paulo.

Ao concluir a medida, Vinícius foi chamado pela ONG que o encaminhou para uma vaga no mercado de trabalho. Trabalhou como ajudante de encanador e por ter conhecimento de AutoCAD (software utilizado em arquitetura, design de interiores e engenharia) acabou sendo recrutado pela empresa para trabalhar como projetista. Hoje o jovem tem carteira assinada e salário de R$ 4 mil. Casado, sonha com a faculdade de engenharia Elétrica.

Vinícius sabe da importância do projeto pedagógico e profissionalizante para os adolescentes internados e hoje trabalha na ONG que o ajudou, ensinando jovens internados a trilhar o mesmo caminho que ele. De acordo com ele, oportunidade como a que teve ainda é rara para a maior parte dos adolescentes que se encontra no sistema socioeducativo. “É preciso dar mais oportunidade para os adolescentes. Se eles não tiverem a chance de ingressar no mercado de trabalho, não sairão dessa vida”, afirmou.

Giselle Souza
Agência CNJ de Notícias

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