O Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO) formaliza nesta quinta-feira (3/12), às 17h, sua adesão ao Juízo 100% Digital. O projeto tem por objetivo empregar mais eficiência e reduzir custos à prestação jurisdicional. A cerimônia contará com a presença da conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Tânia Reckziegel e do presidente do Tribunal rondoniense, desembargador Paulo Mori, e terá transmissão pelo canal do TJRO no YouTube.
O TJRO já implantou integralmente o Processo Judicial Eletrônico (PJe), o que facilita a execução do Juízo 100% Digital. O Tribunal pretende dar mais acesso à população, que terá condições de ingressar nos serviços judiciários por meios eletrônicos. A ideia é tornar a justiça mais célere e sua prestação de serviço mais eficaz, de forma a fortalecer a relação da justiça com o público.
Também participam do evento o secretário-geral do CNJ Valter Shenquener; o juiz auxiliar da Presidência do CNJ e coordenador do DMF, Luiz Geraldo Lanfredi; a vice-presidente do TJRO, Marialva Bueno e o corregedor-geral da Justiça do estado, Valdeci Catellar Citon, entre outros operadores do Sistema de Justiça e desembargadores da Corte.
Assista a cerimônia ao vivo no YouTube
Prioridade
A Resolução CNJ nº 345/2020 autoriza os tribunais a adotarem o Juízo 100% Digital para viabilizarem a execução de todos os atos processuais exclusivamente por meio eletrônico e remoto. A medida segue um dos principais eixos definidos pela gestão do ministro Luiz Fux no CNJ, voltada para o incentivo à inovação tecnológica, eficiência na prestação do serviço jurisdicional e a redução de custos do Judiciário.
O modelo digital é optativo tanto para partes como para os magistrados; e não implica alteração de competência das unidades judiciárias. Quem optar por essa modalidade, deverá prestar atendimento remoto durante o horário de expediente forense por meio de telefone, e-mail, videochamadas, aplicativos digitais ou outros meios de comunicação. Mas, para que isso ocorra, é necessária a concordância de todas as partes.
Por meio do projeto de Justiça digital, todos os atos processuais, como audiências e sessões, são exclusivamente realizados por videoconferência. As audiências são gravadas em áudio e vídeo, inseridas no processo e têm valor jurídico equivalente às presenciais, asseguradas a publicidade dos atos praticados e as prerrogativas processuais de advogados e partes. O atendimento da unidade judiciária a operadores de Direito e à sociedade é também realizado por meios eletrônicos, que são divulgados nos portais dos tribunais.
Para um processo tramitar no Juízo 100% Digital, a parte demandante deve aderir à modalidade no momento da distribuição da ação. A parte demandada pode se opor a essa opção até o momento da contestação.
Segurança
Para garantir que a Justiça digital seja ainda mais segura, o CNJ implantou o Comitê de Segurança Cibernética do Poder Judiciário. O grupo, com participação de representantes de órgãos do sistema de Justiça e da segurança pública, vai reforçar o ecossistema digital dos tribunais e demais órgãos jurisdicionais do país, estabelecendo processos de trabalho orientados para a boa gestão da segurança da informação.
Esse trabalho abrange o estabelecimento de protocolos de prevenção, de atuação em eventuais momentos de crise, de constante atualização e acompanhamento das regras de compliance, além de assegurar o cumprimento da Lei de Acesso à Informação, do Marco Civil da Internet e da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
“Estamos procurando nos aperfeiçoar e garantir a segurança cibernética do sistema digital do Poder Judiciário, estabelecendo estratégias, métodos para uma justiça digital imune a qualquer tipo de incidente”, explica o presidente do CNJ, ministro Luiz Fux. “Nós precisamos nos aprimorar em aspectos tecnológicos, principalmente para dar segurança ao Juízo 100% Digital, que precisa de um aprimoramento máximo e uma otimização de todos os meios para que possamos entregar ao cidadão e ao jurisdicionado um trabalho novo.”
Fazendo Justiça
Durante a cerimônia, o CNJ e o TJRO também assinam termo de cooperação técnica para reforçar o desenvolvimento do Programa Fazendo Justiça no estado. O programa busca superar os problemas estruturais que caracterizam o sistema carcerário e socioeducativo no país.
São 28 ações simultâneas articuladas em quatro eixos: Cidadania, Sistemas e Identificação Civil, Proporcionalidade Penal e Socioeducativo. Além do CNJ, o Fazendo Justiça tem a parceria do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD Brasil) e do Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Lenir Camimura
Agência CNJ de Notícias