A Ouvidoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) continua recebendo denúncias de supostas vítimas de golpistas, que estariam cobrando, ilegalmente, valores para agilizar andamento de processos judiciais e outros procedimentos no órgão. Segundo informações da Ouvidoria do CNJ, de janeiro a maio, foram 15 e-mails que relataram contatos telefônicos suspeitos. O mais recente chegou à Ouvidoria no dia 2 de maio. A maioria das vítimas é de servidores aposentados e idosos.
Relatos desse tipo de golpe começaram a chegar ao CNJ em novembro de 2010. Em janeiro de 2011, a Corregedoria Nacional de Justiça do CNJ encaminhou à Polícia Federal dezenas de relatos e pediu abertura de investigação. De 2010 até hoje, foram mais de 100 notícias de tentativas de extorsão. No início de 2013, a Polícia Federal prendeu sete suspeitos em Brasília/DF, Belo Horizonte/MG, São Luís/MA e Parauapebas/PA, na chamada Operação Bloqueio, que investigou o caso. Apesar das prisões, os relatos continuam.
“Da nossa parte, enquanto estivermos recebendo as notícias, informaremos à Polícia Federal. A reiteração desses casos revela que outros grupos estão agindo de mesma forma ou ainda não foi possível desativar a quadrilha”, afirmou nesta terça-feira (14/5), o Ouvidor do CNJ, conselheiro Wellington Saraiva.
Segundo o Ouvidor, além de encaminhadas à polícia, as notícias de golpe também levaram a Corregedoria Nacional de Justiça a abrir processo de investigação a fim de detectar se há envolvimento de servidores do Judiciário no esquema. “Por enquanto, nada foi confirmado. De qualquer forma, é importante a sociedade saber que as decisões do CNJ são de natureza administrativa e não judicial, ou seja, o Conselho não interfere no julgamento de processos judiciais nem muda decisões dos juízes. O Conselho não realiza esse tipo de procedimento, não faz contatos telefônicos com quem tem demandas na Justiça nem realiza cobrança de valores”, afirmou Wellington Saraiva.
Por meio do endereço eletrônico www.cnj.jus.br, na seção Ouvidoria, é possível entrar em contato com a Ouvidoria do CNJ para noticiar problemas no funcionamento dos serviços judiciais e formular elogios e sugestões.
Regina Bandeira
Agência CNJ de Notícias