Aliar o cuidado no descarte de lixo eletrônico para evitar a contaminação do meio ambiente em cumprimento ao Plano de Logística Sustentável (PLS) a ações de formação tecnológica de jovens de baixa renda: essa ideia motivou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a doar itens de informática com tempo de vida útil em fase final a uma organização da sociedade civil do Distrito Federal especializada em recondicionamento de equipamentos e formação de técnicos em informática.
A doação feita em dezembro do ano passado à Programando o Futuro, organização da sociedade civil instalada no Gama, abrangeu 1.279 itens no valor original de R$ 5,6 milhões e com valor atual de R$ 765 mil após depreciação, conforme avaliação feita pela Seção de Material de Patrimônio do CNJ. Entre os itens doados, computadores, notebooks, impressoras, monitores de vídeo, teclados, disco rígido HD, impressoras, adaptador de telefones e fax, condicionadores, umidificadores e alguns equipamentos de escritório como cadeiras, mesas e gaveteiros e bebedouros.
A entidade é especializada em logística reversa de coleta e recondicionamento de equipamentos com tempo de vida útil em fase de esgotamento, em atuação vinculada ao projeto Reciclotech do governo do Distrito Federal, cuja adesão foi firmada pelo CNJ em novembro de 2021. Coordenador-geral da Programando o Futuro, Vilmar Simion explica que os equipamentos eletrônicos com vida útil esgotada são desmontados para que seus componentes sejam reciclados.
Entre os exemplos de reaproveitamento, estão carcaças de impressoras, computadores e outros equipamentos destinados à produção de caixas plásticas e componentes à base de ferro utilizados para a produção de vergalhões. Outros itens, como computadores e notebooks ainda aproveitáveis, têm alguns de seus componentes substituídos, incluindo a instalação de novo programa operacional. A partir disso, são doados a escolas, bibliotecas comunitárias, centros comunitários e assentamentos.
Parte desses equipamentos são também utilizados para a oferta de cursos profissionalizantes de informática gratuitos a jovens de família de baixa renda. Com o repasse feito pelo CNJ e outras doações, Vilmar Simion diz que, em 2022, a Programando o Futuro pretende formar 600 novos alunos. “Oferecemos os cursos de informática básica, manutenção de computadores e robótica para jovens com idade entre 17 e 24 anos e a nossa primeira turma nesses cursos começa já no dia 31 deste mês.”
Sustentabilidade
O descarte adequado de material eletroeletrônico para evitar a formação de lixo de alto teor contaminante ao meio ambiente é uma das diretrizes do Plano de Logística Sustentável do CNJ para o período 2021-2026. O plano integra a Política de Sustentabilidade do Poder Judiciário em medidas estabelecidas pela Portaria CNJ n. 22/2021. A doação de equipamentos feita no mês passado cumpre a ação 11 estabelecida no Plano de Ações 2021, que trata de parceria para o descarte/coleta de lixo eletrônico.
Luciana Otoni
Agência CNJ de Notícias