Membros do Comitê Gestor do Movimento pela Conciliação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) concluíram nesta última semana um curso de mediação com especialistas da Universidade de Direito de Pepperdine (EUA), que estiveram em Brasília a convite da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região. Cerca de 60 magistrados da Justiça do Trabalho de todo o país participaram do curso Mediando Conflitos (Mediating the Litigated Case), que possibilitou o contato dos magistrados brasileiros com as técnicas americanas de resoluções de conflito.
Ao longo de uma semana, os alunos foram apresentados aos diferentes tipos de mediação, assim como aos conceitos e às técnicas utilizadas pelos magistrados norte-americanos para superação de problemas e barreiras durante as negociações. “Claro que precisamos adaptar algumas técnicas à nossa realidade, mas são experiências importantes e ricas que podemos agregar, na medida do possível”, afirmou o coordenador do Comitê Gestor, conselheiro Emmanoel Campelo.
Para o conselheiro, a iniciativa do curso reforça a importância do conhecimento das técnicas em mediação pelos juízes brasileiros, principalmente aqueles envolvidos com os núcleos de conciliação dos seus tribunais. “A Justiça norte-americana já trabalha com mediação e conciliação há muitos anos e possui um alto índice de efetividade de resolução. Para se ter uma ideia, antes de entrar no Judiciário americano, todo conflito de interesses passa por uma tentativa de negociação conciliada a fim de evitar a judicialização indiscriminada”, explicou.
Os magistrados que participaram do treinamento tiveram aulas teóricas e práticas, desenvolvidas com exposições e exercícios simulados. Além do conselheiro Emmanoel Campelo, participou do curso o juiz titular André Gomma, também membro do Comitê Gestor da Conciliação, para quem a troca de experiência beneficia a Justiça brasileira.
“Conhecer novas técnicas pode contribuir com a melhoria no grau de efetividade das conciliações. Quanto mais técnicas conhecermos e pudermos utilizar, maior possibilidade temos de resolver as questões de maneira negociada. A mediação pode ser uma espécie de filtro preliminar dos conflitos, evitando que eles caminhem de maneira litigiosa, no Judiciário”, afirmou André Gomma.
O curso foi ministrado pelos professores americanos Alexander H. Williams III e Peter Robinson e pelo brasileiro Marcelo Rosadilla, todos do Instituto Straus para Resolução de Litígios da universidade californiana.
Regina Bandeira
Agência CNJ de Notícias