Juízes de São Paulo visitam abrigos para rever situação de crianças e adolescentes

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Um mês após dar início  à  mobilização nacional de audiências concentradas, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com as coordenadorias de Infância e Juventude dos tribunais estaduais, os juízes de 121 varas de infância e juventude de São Paulo visitaram 299 abrigos e instituições de acolhimento onde vivem 5.327 crianças e adolescentes. O objetivo é rever a situação  processual e procedimental dessas crianças ,  além de analisar o aspecto  pessoal  sobre a  possibilidade de cada uma  retornar à família natural ou extensa (avós, tios)  , ou ser encaminhada para adoção, após o processo de destituição do poder familiar.

As visitas prosseguem até 27 de outubro, quando todas as varas do Brasil deverão ter realizado visitas e audiências, para cumprimento da mobilização nacional em prol da infância e juventude, conforme acordo  da  Corregedoria Nacional de Justiça  com  os Tribunais Estaduais, em 16 de abril de 2010, que resultou na Instrução Normativa  n.  2/2010.

De acordo com relatório enviado  à  Corregedoria Nacional de Justiça pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP),  por meio  da Coordenadoria da Infância e Juventude, das 327 comarcas do Estado, a de Pinheiros, na grande São Paulo, é a que possui o maior número de crianças e adolescentes acolhidos, seguida da Comarca de Campinas, com 423 crianças registradas, e a Comarca de Itaquera, com 395.

Para o juiz auxiliar da Corregedoria do CNJ Nicolau Lupianhes Neto ,  os dados são encaminhados periodicamente em razão do elevado número de instituições que serão visitadas, cujos números ainda estão sendo levantados. A iniciativa cumpre determinação do CNJ e da Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo.

A Vara da Infância e Juventude de Jaguariúna, por exemplo, realizou 70 audiências com crianças e adolescentes acolhidos no abrigo Lar Feliz. “Essas audiências têm a finalidade de traçar  diretrizes  para restituir as crianças às famílias; buscar uma família substituta ou, posteriormente ,  em alguns casos, encaminhá-las  para a adoção”, explicou a juíza da Infância e Juventude de Jaguariúna, Ana Paula Colabono Arias.

Segundo ela, as audiências têm sido eficientes porque agilizam o processo legal das crianças acolhidas e, com mais um encontro no abrigo Lar Feliz, elas serão concluídas. “Tem sido uma experiência muito boa, principalmente por possibilitar o encontro de todas as pessoas envolvidas nos processos com as crianças e adolescentes em situação de risco”. Ela contou que seis crianças foram entregues aos pais ou familiares próximos e, em alguns casos, o município se dispôs a ajudar a família a se reestruturar para receber os filhos de volta. Em Jaguariúna, apenas duas crianças foram destituídas das famílias e encaminhadas para adoção.

O juiz Nicolau Lupianhes acredita que essa mobilização é extremamente importante para a dignidade das crianças e adolescentes que estão acolhidos, pois possibilita que se adote em tempo razoável a melhor solução para  eles .

EF/EN

Agência CNJ de Notícias