O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), a Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) e a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) assinaram termo de cooperação que marca o início das atividades do projeto Novos Caminhos em Santa Catarina. O objetivo é capacitar profissionalmente os jovens que, ao completar 18 anos, deixam as casas de acolhimento sem nenhuma perspectiva e inseri-los no mundo do trabalho. O convênio foi firmado durante encontro de integração, promovido pela Fiesc, em Chapecó, no dia 30 de agosto.
Com a realização de projeto-piloto em Chapecó e região, a iniciativa pretende preencher uma lacuna social. A AMC estima que nos próximos anos centenas de adolescentes, ao atingirem a maioridade, deixarão os abrigos no estado. No primeiro momento, os jovens serão capacitados profissionalmente, de acordo com as afinidades ou aptidões, pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), peço Senai e pelo Sesi de Santa Catarina, entidades ligadas à Fiesc.
Para o presidente da AMC, Sérgio Junkes, a capacitação é fundamental. “Sem ela não é possível a pessoa conseguir uma colocação no mercado de trabalho, explorar talentos e ter uma vida autônoma. É preciso ter os meios necessários para isso”, salientou. Ele lembra que a intenção é disseminar a iniciativa. “Queremos levar essa possibilidade a todos para que eles tenham condições de ter qualificação, de estar empregados e de constituírem suas famílias”, completou.
Qualidade – O desembargador do TJSC Sérgio Izidoro Heil, coordenador estadual da Infância e da Juventude, afirmou que a ideia é proporcionar aos jovens uma vida adulta com qualidade. “Essas crianças são originárias do abandono da família e da sociedade. Vamos quebrar paradigmas e fazer algo que depende só de nós”, disse. Segundo o magistrado, existem hoje no estado 1.562 crianças e adolescentes acolhidos em abrigos, sendo que, deste número, 472 são jovens entre 14 e 18 anos que poderão ser atendidos pelo programa (75 deles estão próximos de completar 18 anos).
A partir do projeto-piloto, será realizado um trabalho junto às indústrias para que elas deem oportunidades aos jovens que estão completando 18 anos. Já aqueles com idade entre 16 e 18 anos serão encaminhados a um curso de qualificação para que, posteriormente, possam ingressar nas indústrias por meio de um programa de estágio.
A necessidade de qualificação dos jovens foi levantada em abril, durante encontro realizado em Joinville entre a Fiesc e magistrados. “Cabe a nós fazer a nossa parte, ou seja, realizar a qualificação técnica e a inserção profissional desses jovens no mercado. Conclamo aos industriais e presidentes de sindicatos de indústria para, juntos, assumirmos essa nobre tarefa. Cada cidadão recuperado significa uma nova família feliz”, ressaltou o vice-presidente da Fiesc para a região Oeste, Waldemar Schmitz.
Fonte: AMC