Para auxiliar pais e filhos a enfrentar as consequências do divórcio e reduzir traumas decorrentes das mudanças das relações familiares, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), com o apoio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), iniciou, na segunda-feira (4/11) o Projeto Oficina de Pais. As palestras são ministradas por psicólogos nas primeiras segundas-feiras de cada mês, no auditório do Fórum Fenelon Teodoro Reis (Fórum Criminal) e têm duração de aproximadamente quatro horas.
De acordo com a juíza Sirlei Martins da Costa, coordenadora do 2º Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania, a ação é desenvolvida com a apoio da Associação de Terapia Familiar do Estado de Goiás (Atfago) e tem o objetivo de oferecer atendimento aos casais em litígio e buscar o menor dano emocional a todos os envolvidos. “A ideia é preparar os pais para criar os filhos da melhor maneira possível, ainda que estejam separados. Se esses pais estiverem prontos para isto, certamente haverá uma diminuição do nível de conflito e também, consequentemente, do número de processos”, frisou.
A magistrada ressaltou que o Judiciário não tem como dar uma solução definitiva para os casos de filhos de país divorciados. Segundo ela, as pessoas que estão envolvidas no processo é que precisam encontrar a melhor solução. “Nós damos a sentença, mas não resolvemos o conflito. As pessoas têm de estar preparadas para lidar com os conflitos”, destacou. Para ela, é fundamental transmitir aos pais técnicas apropriadas de comunicação em família e ensinamentos a respeito das consequências que os conflitos proporcionam aos filhos.
Diálogo – Ângela Baiocchi, terapeuta familiar, acredita que a melhor forma de solucionar conflitos é por meio do diálogo, o instrumento para que as pessoas possam se colocar no lugar do outro. Segundo ela, a oficina é mais uma mostra da importância da iniciativa do TJGO na busca de uma Justiça que atenda aos anseios dos cidadãos. “As pessoas acreditam ser possível transferir ao Poder Judiciário a responsabilidade para solver seus dissabores e mágoas. Daí o grande significado dessa bela ação”, pontuou.
Segunda ela, para o trabalho dar certo, a colaboração dos pais e familiares é fundamental. “Queremos mostrar que, embora os pais estejam separados, eles devem continuar unidos para resolver os problemas e ajudar os filhos a se desenvolverem emocionalmente, saudáveis e felizes”, explicou.
O técnico industrial Temistocles Mendes Ribeiro, 55 anos, que pleiteia a guarda do filho de 5 anos, falou da importância da palestra. “Às vezes, não sabemos o que falar para os filhos. Vi o quanto a criança fica prejudicada durante o processo da separação. Agora, com esse apoio, ficará mais fácil lidar com a situação”, enfatizou.
Fonte: TJGO