Tribunal cria canal para receber depoimentos de vida da comunidade

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O povo está convidado a vir contar na Justiça a luta diária para a superação das dificuldades da vida, experiências adquiridas ou ações em benefício ao próximo. “Conte algo que não sei” é o novo canal criado pela Diretoria-Geral de Comunicação e de Difusão do Conhecimento (DGCOM), do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), que vai tornar visível e ouvida essas pessoas.

O projeto cultural já tem data para começar. No próximo dia 16, o presidente da organização Viva Rio, Rubem César Fernandes, vai falar sobre intolerância religiosa com a participação da jovem candomblecista Kailane Campos, de 11 anos, que foi vítima de agressão quando, vestida de branco, seguia para um centro espiritualista na Vila da Penha, Zona Norte do Rio. A organização faz um trabalho de políticas públicas com o objetivo de promover a cultura da paz e a inclusão social.

Segundo o diretor da DGCOM, professor Joel Rufino, o contato da Justiça com os problemas e situações vivenciados por uma grande parcela da população se dá somente através dos relatos feitos nos ritos processuais. Com a realização do projeto, a Justiça quer agora ouvir essas pessoas que nem sempre são visíveis, mas que poderão se manifestar e trazer reflexões para diversas questões sociais. Elas deixarão de ser anônimas aos olhos da sociedade.

“Conte algo que não sei” é o título de uma coluna diária do jornal O Globo, que o cedeu para batizar o projeto cultural da DGCOM. O professor Joel Rufino diz ser grato a essa parceria com o jornal e explica a razão de ter escolhido este título para o novo empreendimento da DGCOM.

“Eu tenho uma inveja boa desse título e do conceito da coluna que presta uma homenagem às pessoas. As portas do Tribunal devem estar abertas para o povo. Não apenas para que as pessoas venham aqui depor em processos, como acusado ou testemunha. Existe um grupo social que faz coisas bastante interessantes em prol da sociedade e que não é divulgado”, disse o professor Joel Rufino.

A ouvidora-geral do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, juíza Andréa Pachá, vai intermediar o depoimento do antropólogo Rubem César Fernandes e da menina Kailane. O evento será realizado das 18h30 às 19h30, na Biblioteca do TJRJ, Salão dos Magistrados, Rua Dom Manuel 37, Térreo, Lâmina III, Centro.

A agenda de encontros também prevê, em datas posteriores, uma abordagem sobre o trabalho dos professores de uma escola municipal em Cordovil, na Zona Norte do Rio, em que se destaca a qualidade do ensino para os alunos. Será convidada também a mãe do brasileiro Islam Hamed, de 30 anos, que está preso na Palestina desde 2010. Hamed diz que a sua prisão é injusta, uma vez que a pena terminou em 2013 e ele já deveria ter sido libertado. No entanto, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) alega que Israel não lhe daria salvo conduto para cruzar o território. Em 2002, o brasileiro foi preso em Israel, acusado de atirar pedras em carros militares daquele país.

Fonte: TJRJ