Aos 91 anos, o advogado Cândido Batista de Souza não mediu esforços para comparecer ao atendimento prestado pela Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), nesta quarta-feira (11/11), em Curitiba (PR), para reclamar da demora na tramitação de um processo que tem na Justiça estadual do Paraná. “Daqui a pouco vou morrer e não vou ver meu processo concluído. Nao quero isso”, disse. O atendimento realizado ´por juízes e servidores da Corregedoria Nacional de Justiça tem o objetivo de ouvir as manifestações dos cidadãos em relação ao funcionamento da Justiça Comum do estado e integra os trabalhos da inspeção promovida pela Corregedoria no TJPR.
Desde 1997, Souza, que advoga em causa própria, tenta regularizar a situação de um apartamento que possui em Londrina (PR). Ele conta que prestava serviços de advocacia para uma empresa, que ao invés de lhe pagar os honorórios em dinheiro, optou por lhe dar um apartamento, na época ainda em construção. Na década de 90, no entanto, quando tentou vender o imóvel já pronto, Souza teve uma surpresa ao descobrir que a empresa já o havia vendido para outra pessoa. Em 1997, ele explica que conseguiu obter na Justiça a reintegração de posse do apartamento, mas desde então tenta regularizar a sua situação para ter direito de vender a propriedade.”Tenho a posse, mas ainda não sou o proprietário legítimo e por isso não consigo vender”, explica.
O advogado ingressou na faculdade de Direito aos 64 anos e se formou aos 70, segundo conta. Antes disso trabalhou na roça, foi radialista, candidato a deputado e até vereador. Em 2001 saiu de Londrina e foi morar em Curitiba para fazer tratamento de saúde , por conta de um derrame. “Quando resolver o problema na Justiça, quero vender meu apartamento para pagar o tratamento”, afirmou. Apesar dos problemas, Souza agora se dedica a escrever crônicas e tem planos para o livro que seus filhos planejam escrever sobre a sua vida.
MB/ SR
Agência CNJ de Notícias