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Seminário Questões Raciais e o Poder Judiciário
07/07/2020 - 08/07/2020
A questão racial no Brasil é um assunto latente. Apesar do tempo passado e dos avanços ocorridos (concretizados, por exemplo, pela política de cotas raciais para ingresso nas universidades e no serviço público), a realidade dos negros brasileiros ainda é marcada pelo racismo velado, pela segregação, pela discriminação, pela falta de oportunidades e pela violência (inclusive por parte do Poder Público).
O abismo social é flagrante: negros constituem a maioria da população carcerária brasileira e respondem por uma parcela ínfima das posições de poder e de destaque, desempenham parte significativa das atividades de baixa remuneração e são vistos em reduzida quantidade nos bancos das universidades; possuem o maior peso entre aqueles que exercem os trabalhos mais pesados e indesejados da sociedade e ainda assim recebem menos que brancos. E não para por aí: mulheres negras são as maiores vítimas de feminicídio e de violência doméstica. Jovens negros, do sexo masculino e de baixa escolaridade, são as principais vítimas de mortes violentas no Brasil. São também os primeiros e mais atingidos pelas crises econômicas, com taxas de desemprego significativamente superiores às dos demais extratos da população.
O Judiciário, poder imbuído do dever de proteção das garantias constitucionais, não pode quedar inerte ante a situação precária da população negra brasileira e seu desejo por mais igualdade e efetividades dos seus direitos – até mesmo porque tais problemas acabam, das mais diversas formas, por desaguar nos tribunais, provocados constantemente a dar resposta a uma diversa gama de situações originadas da discriminação, do desrespeito e da violência (institucional ou não) contra o negro em nosso país. Não basta, contudo, olhar para fora: é necessário olhar também para dentro, para a estrutura do Poder Judiciário, espaço no qual os negros ainda possuem pouca representação e visibilidade – um reflexo das distorções e injustiças verificadas na sociedade em geral.
Diante dessas urgências, o CNJ, com apoio da AMB, da ANAMATRA, da AJUFE e dos coordenadores do ENAJUN, realizou o presente evento, voltado a reflexões acerca do enfrentamento do racismo estrutural que se manifesta também institucionalmente no sistema de justiça.
Foram apresentados painéis temáticos com abertura para debates e perguntas. Todas as atividades do evento aconteceram por meio da plataforma Cisco Webex.
Consulte aqui a programação (atualizada em 7/7/2020, às 15h51).
Assista ao Seminário pelo canal do CNJ no Youtube:
Veja as fotos no Flickr do CNJ
(navegue usando as setas à esquerda e à direita da foto a seguir)
Além do CiscoWebex, os painéis também foram transmitidos ao vivo pelo canal do CNJ no Youtube.
Serviço
Data: 7 de julho de 2020, das 17h às 19h30
8 de julho de 2020, das 9h às 12h
Local: plataforma Cisco Webex – o link de acesso será encaminhado aos inscritos
Inscrições: até 6 de julho de 2020 pelo link https://eventos.cnj.jus.br/inscricao-seminario-nacional-sobre-questoes-raciais
Vagas: 1.000
Carga horária: 5 horas e 30 minutos
Público-alvo: magistrados, servidores do Poder Judiciário, operadores do Direito e membros da sociedade civil.
Parceiras: