O avião do Grupo de Operações Aéreas (GOA) do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul equipado com recursos da Justiça do Trabalho, além das ações de busca e salvamento, tem auxiliado no transporte de pacientes com Covid-19, atuando nas barreiras sanitárias de combate à pandemia. Foi o que aconteceu no começo deste mês, quando os militares repatriaram um brasileiro que mora na Bolívia e que estava com o novo coronavírus.
O brasileiro, com medo do agravamento de seu estado de saúde e pela falta de respiradores em Santa Cruz de La Sierra, pediu ajuda e foi trazido no avião do GOA para Campo Grande (MS) numa ação que envolveu a Força Aérea Brasileira, a Força Aérea Boliviana e o Itamaraty, no dia 5 de junho. O paciente ficou internado na UTI do Hospital Regional e teve alta esta semana.
Desde o início do funcionamento do serviço aeromédico do GOA, em dezembro de 2019, já foram realizadas 17 intervenções. Nessa última missão, o paciente foi trazido numa cápsula, isolado, para garantir a segurança dos tripulantes da aeronave. “O paciente estava conseguindo uma saturação de oxigênio suficiente e não foi necessária a utilização do respirador da aeronave”, explicou o tenente-coronel bombeiro Luidson Noleto, chefe do GOA.
Noleto conta que estão estruturando um corpo de médicos dentro da corporação que vai tripular essa aeronave e um helicóptero para incidentes de maior gravidade. “É um serviço de alta complexidade, começamos com a aquisição de equipamentos e a manutenção da aeronave. A formação médica está sendo realizada e o próximo passo é a oportunização efetiva do serviço para a população.”
“Com a ajuda do TRT e o empenho do governo do estado, estamos conseguindo estruturar um serviço que vai chegar às pessoas mais pobres e que não poderiam pagar por um serviço dessa natureza e de forma bastante simplificada. Essa é a nossa intenção”, explica.
Recursos
A Vara do Trabalho de Bataguassu (MS) recebeu o pedido do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul de doação de recursos para a aquisição de equipamentos para possibilitar o serviço de resgate aéreo. O Grupamento de Operações Aéreas já possuía a aeronave, mas necessitava da compra e instalação dos equipamentos e a manutenção do avião para viabilizar o serviço.
O Ministério Público do Trabalho emitiu parecer favorável acerca do pedido de destinação de recursos para o Projeto de Serviço Aeromédico para a rede pública do estado.
Foram doados R$ 182 mil para equipar a aeronave com um conjunto de estrado de transporte para incubadora neonatal, monitor multiparamétrico, ventilador pulmonar, bomba de infusão, aspirador de secreção elétrico com bateria extra, bolsa mochila resgate de medicamentos, bolsa mochila resgate Cruz da Vida, fones de ouvidos com redutor de ruídos e um equipamento de monitoramento instantâneo dos cilindros dos dois motores que equipam a aeronave.
Os recursos são provenientes de acordo homologado e ajuizado pelo MPT em face da Marfrig Global Foods/SA. O valor é o saldo da quarta parcela do acordo pago pela empresa.
Fonte: TRT24