Uma medida simples que conta com o apoio de mais de 10 mil farmácias, prefeituras e tribunais pelo país: a marcação de um “X” vermelho na palma da mão da mulher vítima de violência, como forma rápida e discreta de denúncia contra um agressor. Esse é o objetivo da campanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica, que teve a adesão do Banco do Brasil (BB) nessa segunda-feira (28/6).
A campanha Sinal Vermelho, criada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), completou um ano neste mês de junho. No começo do mês, a Câmara dos Deputados aprovou o PL 741/2021, que institui nacionalmente a iniciativa. Agora, o projeto tramita no Senado Federal. Além disso, a campanha já se tornou lei estadual em 10 estados: Alagoas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia e Sergipe.
“Com o feminicídio, todos perdem. A família perdeu aquela mãe, as crianças ficarão órfãos e o agressor vai para a cadeia. A sociedade perde”, afirmou a conselheira do CNJ Tânia Reckziegel. “Avançamos em alguns municípios, em alguns estados. E tenho certeza que com essa nova parceria, que foi conseguida pela presidente Renata [Gil, da AMB], vamos avançar mais e salvar muitas vidas.”
A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, destacou a importância da atuação dos bancários e bancárias do BB para que o combate à violência contra a mulher seja fortalecido. “São com vocês lá na ponta que essa campanha dá certo. Toda mulher que entrar em uma agência do Banco do Brasil vai saber que poderá pedir socorro. Hoje vocês trazem uma esperança para as mulheres que estão vivenciando um ciclo de violência e achavam que estavam sozinhas.”
Segundo Damares, a proposta é ampliar ainda mais a iniciativa. “A partir da adesão desse banco, eu sei que muitas instituições vão fazer igual. Estamos virando uma página no enfrentamento à violência física, psicológica, moral, patrimonial, política. O dia de hoje é histórico.”
Presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro afirmou que a instituição tem o objetivo de mudar realidades pelo país. “O desafio é enorme, o Brasil figura na lista dos países que mais matam mulheres no mundo, temos uma média de registros de lesões corporais na faixa de 260 mil por ano. Isso tem provocado um despertar na sociedade no sentido de compreender que a violência doméstica não é algo a ser tolerado.”
Entre os participantes, a solenidade contou ainda com a presidente da AMB, Renata Gil, o ministro da Justiça, Anderson Torres, a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli.
Agência CNJ de Notícias
com informações do MMFDH