O fomento da cultura da inovação aplicada ao trabalho do Judiciário é o foco de termo de cooperação assinado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam). A parceria formalizada em 23 de maio segue as diretrizes da Política de Gestão da Inovação no âmbito do Poder Judiciário, instituída em 2021, e inclui atuação conjunta para incubação de projetos com ênfase na inovação e voltados à atividade judiciária.
Segundo a secretária-geral da Enfam, juíza Cintia Brunetta, a ideia é capacitar juízes e juízas para serem solucionadores de problemas, por meio de uma metodologia científica aliada ao conhecimento prático. “O Brasil é um país continental, os desafios enfrentados por um juiz em Fortaleza são bem diferentes de uma cidade de fronteira no Norte do Brasil, portanto buscamos fortalecer as trocas e incentivar a colaboração.” Para Cintia Brunetta, o termo de cooperação vai trazer soluções inovadoras para o Judiciário contemporâneo em conformidade com a política nacional, firmada nos princípios do desenvolvimento humano, da participação, da desburocratização e da transparência, entre outros.
A juíza auxiliar do CNJ Lívia Peres também destaca a importância dessa política e seu caráter estratégico na busca por novas soluções em um contexto de mudanças frequentes e altamente tecnológico como o atual. “O foco principal é pensar de forma inovadora os desafios vividos por servidores e magistrados e aprimorar os serviços ofertados pelo Judiciário ao cidadão.” Entre os produtos da parceria, está o desenvolvimento de cursos de capacitação, a criação de banco de dados único para compilação de ações e produtos decorrentes da cooperação e o reconhecimento das atividades desenvolvidas nos laboratórios de inovação do Poder Judiciário como ações educacionais para promoção na carreira da magistratura. A parceria ainda prevê compartilhamento de documentos, apoio técnico-institucional e ações de divulgação.
A Enfam contará com espaço físico em sua sede, em Brasília, e também com um ambiente virtual, que vai funcionar de forma permanente com a metodologia de workshop project, promovendo aprendizado ativo com uma profunda conotação prática, por meio da construção colaborativa e coletiva de projetos e soluções. “No processo de solucionar o problema que foi posto, os magistrados desenvolvem habilidades e competências que servem não apenas do ponto de vista da formação, mas, também, afetam e interagem com a vida real e a atuação profissional”, explica a Cintia Brunetta.
As oficinas promovidas pelo laboratório partirão de um desafio ou um problema trazido pelo CNJ para a Enfam. Definido o tema, será aberta a seleção de alunos e alunas, que atuarão como laboratoristas. As pessoas selecionadas devem possuir experiência prática ou acadêmica e afinidade com o objeto da oficina. Também será observada a diversidade de raça, gênero, local de origem institucional, de forma a promover um olhar plural e sistêmico durante os trabalhos. A partir daí, segue-se a metodologia de Design Thinking, com as fases de imersão, análise e síntese, ideação, prototipação e validação e implementação de projetos e soluções.
Texto: Thayara Martins
Edição: Sarah Barros
Agência CNJ de Notícias