Comarca de Parintins une 7 casais indígenas em cerimônia coletiva

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Sete casais indígenas da etnia Sateré-maué tiveram a união oficializada pelo titular do 1º Juizado Especial da Comarca de Parintins (AM), juiz Aldrin Henrique de Castro Rodrigues. Localizada no interior do estado, Parintins fica a 369 quilômetros de Manaus. O magistrado realizou o ato em língua tupi guarani, em respeito às origens do povo brasileiro.

“A presença do Judiciário numa comunidade indígena representa o respeito aos costumes e à história desse povo aguerrido. Um casamento realizado nos moldes da legislação civil não significa a ruptura de uma cultura antiga. Significa, sim, a perpetuação do amor, a união de povos, a busca pela felicidade já reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, independentemente de cor, raça ou crença religiosa”, observou o magistrado.

O casamento, realizado no sábado (24/8), foi celebrado na comunidade indígena Nova Alegria, situada a 100 quilômetros de Parintins. No ano passado, durante a semana de conciliação, o juiz Áldrin formalizou a relação de 11 casais indígenas. Ele pretende realizar uniões em outras comunidades indígenas, mas, para isso, necessita de uma certa logística, pois alguns eventos que o magistrado realiza são com recursos próprios, à exceção do realizado em Parintins.

“Sair do ambiente forense e atravessar os rios do Amazonas já é um grande desafio para os juízes deste estado. E ter a oportunidade de trocar experiências com o povo indígena, que guarda o segredo do universo, é uma honra sem precedentes”, afirmou o juiz.

Fonte: TJAM