Logo após o lançamento do Movimento pela Conciliação, a sua Comissão Gestora se reuniu para definir uma agenda de trabalho e redigir uma carta à sociedade brasileira. O texto, assinado por 24 autoridades, entre conselheiros, desembargadores e representantes de entidades, procura mostrar ao cidadão a importância da conciliação para resolver conflitos.
Confira abaixo a íntegra da carta:
Carta da Comissão Gestora do Movimento pela Conciliação à sociedade brasileira
É chegada a hora de o Poder Judiciário expandir de forma inovadora, sistemática e permanente os serviços que já presta à cidadania. Ao lado da adjudicação, onde o equacionamento das causas é feito por meio da decisão do juiz, cumpre agora estender outros mecanismos de resolução de conflitos, como a conciliação, que inclui a mediação. São mecanismos onde as partes, mais do que o juiz, constroem o acordo que pacifica.
O Movimento pela Conciliação buscará mobilizar magistrados, promotores, advogados, associações e organizações da sociedade civil, empresas, sindicatos e membros dos Poderes Executivos. Nosso objetivo é formar uma grande aliança e construir, incrementar e utilizar uma Justiça de Conciliação. Para tanto, é preciso motivar a mudança das condutas dos usuários e dos profissionais que fazem a Justiça. O
Quando os conflitos e divergências inevitáveis numa sociedade aberta, sobretudo numa sociedade ainda marcada por um insuficiente desenvolvimento econômico deixam de ser equacionados pacificamente pela Justiça, a cultura da violência se instala e a democracia corre perigo. Reverter este processo é tarefa de todos. Uma ação mais decisiva do Poder Judiciário torna-se indispensável e imperiosa.
Três são as contribuições principais da Justiça de Conciliação ao processo de paz social. Primeiro, colabora para implantar a cultura do diálogo, onde ambas as partes possam ganhar. Segundo, contribui para a maior efetividade da justiça, já que as decisões atingidas por comum acordo são mais sólidas e têm mais chance de serem implementadas. Finalmente, possibilita uma justiça mais ágil e mais barata.
A função precípua do judiciário é promover a paz social, ou seja, combater a cultura da violência. O
Conciliar é diálogo, conciliar é legal, conciliar é paz.
Brasília, 23 de agosto de 2006.
Firmaram o documento:
André Granja – JFAL
Denise Krüger – JEPR
Douglas Alencar – CNJ
Eduardo Lorenzoni – CNJ
Zilah Petersen – ENM
Germana Moraes – CNJ
Kasuo Watanabe – CEBEPEJ
Joaquim Falcão – CNJ
Luciano Chaves – JTRN
Marco Aurélio Buzzi – TJSC
Mariella Nogueira – JESP
Nancy Andrighi – STJ
Paulo Lôbo – CNJ
Rogéria Debelli – JFMG
Ruy Rosado – UFRS
Sandra Chalu TRF 2ª Região
Vilian Bollmann – JFSC
Roberto Bacellar – TJPR
André Goma de Azevedo TJBA
Eduardo Gallo TJSC
Paulo Zacarias Fonaje
Marília Lobão TJDF
Genevieve Grossi TRF 1ª Região
Walter Nunes – Ajufe