Corregedoria analisará caso do juiz que negou aplicação da Lei Maria da Penha

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O despacho do juiz de Sete Lagoas (MG) Edílson Rumbelsperger Rodrigues, de Sete Lagoas (MG), que negou a aplicação da Lei Maria da Penha, será objeto de análise do Conselho Nacional de Justiça. Em sessão nesta terça-feira (23/10), a conselheira Andréa Pachá solicitou ao plenário o encaminhamento do caso ao corregedor nacional de justiça do CNJ, ministro César Asfor Rocha. Cópia da decisão do juiz foi enviada pela ministra Nilcéia Freire ao CNJ na última sexta-feira (19/10).

 

O despacho do juiz de Sete Lagoas (MG) Edílson Rumbelsperger Rodrigues, de Sete Lagoas (MG), que negou a aplicação da Lei Maria da Penha, será objeto de análise do Conselho Nacional de Justiça. Em sessão nesta terça-feira (23/10), a conselheira Andréa Pachá solicitou ao plenário o encaminhamento do caso ao corregedor nacional de justiça do CNJ, ministro César Asfor Rocha. Cópia da decisão do juiz foi enviada pela ministra Nilcéia Freire ao CNJ na última sexta-feira (19/10).

 A conselheira chamou atenção para o teor do despacho, destacando alguns trechos: "esta Lei Maria da Penha é, portanto, de uma heresia manifesta. Herética porque é antiética; herética porque fere a lógica de Deus; herética porque é inconstitucional e por tudo isso flagrantemente injusta. Ora! A desgraça humana começou no Éden: por causa da mulher – todos nós sabemos – mas também em virtude da ingenuidade e da fragilidade emocional do homem. (…) a mulher moderna – dita independente, que nem de pai para seus filhos precisa mais, a não ser dos espermatozóides – assim só o é porque se frustrou como mulher, como ser feminino".

Em decisão tomada recentemente, em 9 de outubro, o CNJ solicitou informações aos tribunais de justiça de todo o país sobre as ações de aplicação da Lei nº 11.340/06, a Lei Maria da Penha. A iniciativa também foi da conselheira Andréa Pachá.  O pedido de informações objetiva levantar os avanços da Justiça no combate à violência doméstica, servindo ainda para subsidiar as discussões na 2ª Jornada Maria da Penha, a ser promovida pelo CNJ em dezembro.

Em março deste ano, o CNJ editou a Recomendação nº 9, sugerindo aos tribunais, entre outras medidas, a constituição de juizados especializados em violência doméstica e familiar.