A fabricante de materiais elétricos Romazi tem, entre seus funcionários, ex-detentos e pessoas que cumprem penas alternativas em Fortaleza/CE. Diariamente, 11 homens e mulheres produzem plugues, tomadas e interruptores e recebem, em troca do trabalho, 3/4 de um salário mínimo, conforme previsto na Lei de Execuções Penais (7.210/1984). A iniciativa valeu à empresa o reconhecimento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que, em maio passado, premiou a Romazi com o Selo do Começar de Novo, programa que estimula a reinserção social de presos e ex-detentos por meio do trabalho e do estudo.
Desde abril, essa parte da linha de produção da Romazi funciona na Fábrica Escola, outro projeto premiado pelo CNJ com o Selo do Começar de Novo. Segundo a coordenadora de Recursos Humanos da empresa, Lara Siebra, a proposta é contribuir para a cultura da paz, melhorando a vida das pessoas que já cometeram crimes e oferecendo uma chance para que elas não reincidam no crime.
“O objetivo do programa é interligar a iniciativa privada e a sociedade civil pela ressocialização de egressos do sistema carcerário, de pessoas que cometeram algum delito e que pagaram sua pena e que irão voltar a conviver na sociedade”, afirmou. De acordo com a especialista em recursos humanos, a Romazi decidiu realizar atividade que promovesse responsabilidade socioambiental, um dos valores da empresa, e procurou o Poder Judiciário por sugestão da Associação das Empresas do Distrito Industrial (AEDI) da capital.
A Romazi procurou a equipe do Começar de Novo no Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE), que sugeriu a parceria com a Fábrica Escola, projeto da Fundação Deusmar Queirós, que oferece educação e capacitação técnica a apenados de Fortaleza. A seleção dos funcionários foi feita em conjunto pela Defensoria Pública e pelas varas de execuções penais e de penas alternativas da capital. Segundo o coordenador das atividades na Fábrica Escola, professor Vicente de Paula Pereira, a ideia é ampliar o projeto para abrigar 30 sentenciados e seus familiares.
Manuel Carlos Montenegro
Agência CNJ de Notícias