O ingresso dos tribunais nas redes sociais, a padronização dos portais da internet nos cinco tribunais regionais federais (TRFs) e as prioridades dos Tribunais Superiores do Trabalho e Eleitoral e da Rádio e TV Justiça: temas que encerraram o primeiro dia de exposições do Encontro Nacional de Comunicação do Poder Judiciário, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no auditório do Conselho da Justiça Federal (CJF).
A assessora de Comunicação Social do CJF, Roberta Cunha, destacou que a padronização dos portais de internet dos cinco TRFs do País é uma das metas do Departamento de Comunicação do CJF, com o objetivo de facilitar a compreensão e o acesso do cidadão às informações e aos serviços oferecidos pelo Judiciário. “Temos agora um projeto para criar um portal da Justiça Federal, com informações unificadas. Será muito útil para o cidadão encontrar todos os serviços, como a expedição de certidões negativas, por exemplo, organizadas por nomenclaturas padronizadas”, afirmou.
O acesso às redes sociais foi o tema da exposição de Taciana Giesel, do Tribunal Superior do Trabalho, e do secretário de Comunicação Social do TST, Alexandre Machado. Segundo Taciana, a organização que quiser ingressar nas mídias sociais, como o Facebook, precisa ter em mente que a presença dela na rede social não se dará apenas por meio da divulgação de conteúdos de forma unilateral. “É uma rede social. É preciso haver interação”, afirmou. “Não entre na rede social se você não tiver senso de humor, não estiver disposto a falar abertamente, não tiver tempo ou uma equipe para cuidar dessa mídia e, principalmente, se não tiver a aprovação de toda a organização”, observou.
Segundo Taciana, o TST vem apresentando resultados expressivos nas mídias sociais. Em apenas três meses, o Tribunal passou de 19 mil para 60 mil fãs no Facebook. Ela contou que o objetivo inicial da comunicação do TST era divulgar as notícias da corte por meio da rede. Porém, a visão da ferramenta foi ampliada, e o departamento começou a desenvolver conteúdos personalizados e de interesse de trabalhadores específicos.
Para o secretário de Comunicação do TST, Alexandre Machado, apesar dos avanços, ainda existem barreiras a serem quebradas para que os tribunais possam utilizar plenamente as novas mídias. “Temos de batalhar por uma política de como entrar e encaminhar nossas mensagens por meio das redes sociais. Ao mesmo tempo, acho que temos de lidar com uma questão material. O próximo passo será uma briga por audiência em espaços cada vez menores. O problema, então, será descobrir quem é nossa audiência e o que ela quer”, completou.
A assessora da Secretaria de Comunicação Social do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cristina Mendes, destacou, em sua exposição, a característica do TSE em relação aos demais tribunais. Ela explicou que a Justiça Eleitoral é a única que trabalha no fluxo inverso das demais por ter um calendário próprio. “Ao contrário das demais justiças, às quais o cidadão recorre, a Justiça Eleitoral é que vai atrás do cidadão, é ela quem gera a demanda. Nós não somos demandados pelo cidadão para agir. Temos um calendário próprio”, comentou .
Ela destacou também os principais desafios a serem enfrentados nos próximos anos pelo TSE, como a implantação do sistema biométrico de identificação, atendendo pelo menos 24 milhões de eleitores em todo o País; a implantação do Processo Judicial Eletrônico (PJe), adaptado às especificidades da Justiça Eleitoral; e a consolidação da imagem da Justiça Eleitoral como uma justiça especializada que trabalha permanentemente e não apenas em anos eleitorais.
A coordenadora da Rádio e TV Justiça, Juliana Batista, destacou o enorme potencial de parcerias com outros tribunais para a geração de programas. Ela observou, porém, que os programas recebidos dos tribunais têm seguido o mesmo formato de jornal, debate ou entrevista e que a intenção é mudar para diversificar a programação. “Queremos investir na área cultural”, afirmou.
O secretário de Comunicação Social do CNJ, Marcone Gonçalves, ressaltou que os presidentes dos tribunais, durante o VI Encontro Nacional do Poder Judiciário, realizado em novembro de 2012, estabeleceram o aperfeiçoamento da comunicação como prioridade. Ele informou que o Conselho está estudando uma resolução para detalhar a política de comunicação a ser seguida pelo Judiciário. “Estamos consolidando o projeto estratégico de comunicação do Judiciário”, afirmou.
Segundo Marcone, a comunicação deve se posicionar melhor na estrutura dos tribunais. Mas, para isso, as assessorias de comunicação têm de se aprimorar e apresentar resultados efetivos. Sem um esforço efetivo, ressaltou, a comunicação não alcançará a posição estratégica no Judiciário.
Agência CNJ de Notícias