O aplicativo Escritório Social Virtual (ESVirtual), desenvolvido desde 2019 para associar novas tecnologias à reintegração social de pessoas que tiveram contato com o cárcere, foi tema de reunião nesta semana para a finalização da primeira fase do projeto. Representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do Fundo de Amparo à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e da Universidade de Brasília (UnB) discutiram as entregas do aplicativo, que já reúne mais de 4 mil pessoas usuárias, e manifestaram interesse na continuidade da ação, considerando os impactos positivos para a sociedade e potenciais futuros em escala nacional.
O ESVirtual teve sua primeira versão lançada em abril de 2020, propondo um ambiente virtual complementar às 29 unidades físicas do Escritório Social pactuadas em 19 estados. A ação integra o programa Fazendo Justiça, parceria entre o CNJ e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), com apoio do Departamento Penitenciário Nacional, para incidir em desafios na privação de liberdade. “O desenho do Escritório Social Virtual é focado no usuário e tem diferencial na validação de propostas com o público-alvo para garantir a utilidade do aplicativo”, pontuou a representante do programa Fazendo Justiça responsável pelo projeto, Pollyanna Alves.
Reveja a cerimônia de lançamento do aplicativo, em 2020, no canal do CNJ no YouTube
Entre as funcionalidades, usuários e usuárias podem acompanhar a situação processual, ter acesso à rede georreferenciada de atendimento psicossocial e de saúde e acessar cursos profissionalizantes e oportunidades de emprego. Embora grande parte do conteúdo já tenha caráter nacional, as informações georreferenciadas alcançam 13 unidades da Federação, com previsão de expansão a todos os locais onde os Escritórios Sociais operam. O projeto tem o financiamento da FAP-DF e é desenvolvido pela UnB com apoio técnico do Fazendo Justiça.
“Para quem viu esse projeto nascer, o aplicativo hoje supera todas as expectativas iniciais. Temos uma plataforma robusta e não tenho dúvidas do quanto isso representa em termos de inclusão e acessibilidade”, destacou o coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Prisional e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas do CNJ, Luís Lanfredi. “A execução penal ainda foca muito na privação de liberdade, mas a realidade é o que aparece depois, quando a pessoa precisa se manter por conta própria. Queremos quebrar esse ciclo de sai e volta e o aplicativo representa avanços em segurança pública em seu sentido mais elementar.”
Segundo o diretor vice-presidente da FAP-DF, Paulo Nicholas, o aplicativo é uma prioridade do governo do Distrito Federal, porque toca a realidade da sociedade, sendo uma contribuição para todo o país. “Nós, na FAP-DF, ficamos muito realizados quando vem algo que contribua para melhora da sociedade mais livre, justa e fraterna. Estamos sempre em busca de bons projetos e ficamos satisfeitos quando o projeto é muito bem feito e já entrega resultados para a sociedade.”
Coordenador do projeto na UnB e professor do Departamento de Ciências da Computação, Rodrigo Bonifácio elogiou o trabalho conjunto com o CNJ e com a FAP-DF e falou sobre as próximas etapas. “Há desafios na parte da coleta de dados. Estamos evoluindo em refinamento, assim como na usabilidade para melhorar ainda mais a experiência do usuário. Estamos felizes com o impacto que ele já traz para a sociedade.”
Confira o vídeo de apresentação do Escritório Social Virtual
O aplicativo do Escritório Social Virtual está disponível tanto para celulares com sistema Android quanto IOS. Siga o passo a passo para baixar o aplicativo:
- Acesse a loja de aplicativos do seu celular;
- Pesquise por “Escritório Social Virtual”;
- Clique para instalar o aplicativo;
- Ao final da instalação, clique no ícone do “Escritório Social Virtual”, que já está pronto para o uso.
Débora Zampier
Agência CNJ de Notícias