Ex-detentos fazem sacolas e ajudam o meio ambiente

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A fabricação de sacolas de papel é esperança de uma vida melhor para ex-detentos, dependentes químicos, pessoas em situação de rua e portadores do HIV atendidos pelo Projeto Liberty, de Campinas (SP). O Liberty é parceiro do  programa Começar de Novo, iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que utiliza a inclusão produtiva de detentos e ex-detentos para prevenir a reincidência criminal.

A produção das sacolas ecológicas foi iniciada em janeiro, no mesmo mês em que as de plástico deixaram de ser usadas nos supermercados de São Paulo. Neste novo empreendimento, o Liberty tem como parceira a empresa BG Flexo, sediada em Campinas e com escritório em São Paulo. Ela fornece material e equipamento, treina os trabalhadores, os remunera com R$ 770 mensais e vende o produto para supermercados, drogarias e outros estabelecimentos comerciais.

As sacolas são feitas em uma máquina que tem capacidade para produzir 400 mil unidades por mês. Nesta fase inicial, o empreendimento conta com dez trabalhadores, responsáveis pelo manuseio do equipamento e pelo acabamento do produto. A meta do Liberty é chegar a 50 trabalhadores, contingente necessário para o alcance da produção mensal de 400 mil sacolas.

“Nosso objetivo é oferecer oportunidade de trabalho e renda lícita para quem quer construir uma nova vida longe do crime. Queremos também apoiar as pessoas que são soropositivas e enfrentam dificuldades de inserção no mercado de trabalho”, afirmou o coordenador do Projeto Liberty, Marcos Silveira, acrescentando estar na busca de parceria para conseguir uma outra máquina.

Conscientização– O papel utilizado na fabricação das bolsas é reciclável e oriundo de florestas plantadas especificamente para este tipo de exploração. Os fabricantes do papel são nacionais e possuem certificado de manejo florestal. Nas bolsas está impressa uma mensagem ecológica e, ao mesmo tempo, social: “Adquirindo as sacolas ecológicas Liberty você estará: contribuindo com a natureza; ajudando a diminuir a violência e a criminalidade; tirando pessoas do mundo das drogas; apoiando pessoas em situação de rua”.

O Projeto Liberty, desde sua criação, em 2006, conseguiu colocação no mercado de trabalho para mais de 170 ex-detentos, por meio de parcerias com entidades públicas e privadas. Em 2010, como reconhecimento pelo trabalho realizado, foi uma das instituições agraciadas pelo CNJ com o Selo do programa Começar de Novo. 

O programa Começar de Novo foi criado pelo CNJ em outubro de 2009. Ele é executado, de forma descentralizada, pelos tribunais de Justiça dos estados e do Distrito Federal e tem como parceiros órgãos públicos, empresas privadas e entidades da sociedade civil, a exemplo do Projeto Liberty.

Jorge Vasconcellos
Agência CNJ de Notícias