Inteligência artificial: Sinapses dá suporte à assistente virtual no TJBA

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Arte: TJBA
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Instituído pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como a plataforma nacional de inteligência artificial no Judiciário, o Sinapses agora apoia o atendimento à população realizado pelo assistente virtual Sofia, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA). O Sinapses centraliza o armazenamento, o treinamento supervisionado, o controle de versionamento, a distribuição e a auditoria dos modelos de inteligência artificial, permitindo ganhos de escala pelos tribunais, que podem colaborar no desenvolvimento e adaptar modelos existentes à realidade local.

“Na plataforma, os tribunais colaboram entre si. Um modelo de inteligência artificial que foi desenvolvido no Sinapses por um tribunal, como o da Sofia, pode ser aproveitado por outro tribunal que esteja trabalhando em um projeto semelhante. É muito mais ágil e econômico iniciar já com um modelo testado e validado e apenas adaptar às suas necessidades”, explica o juiz auxiliar da Presidência do CNJ Rafael Leite Paulo.

“O Tribunal da Bahia é um grande parceiro do CNJ, já disponibilizando quase 10 modelos para utilização e colaboração no Sinapses. E essa parceria está agora evoluindo, com eles atuando como piloto para a implantação do Codex”, destaca o magistrado. O Codex é uma das soluções que estão sendo implantadas no Programa Justiça 4.0 e, além de automatizar a alimentação do Datajud, ele transforma decisões e petições em texto puro, possibilitando o uso como insumo de modelo de inteligência artificial.

Sofia

Lançada na última quinta-feira (12/8) pela Coordenação dos Juizados Especiais do TJBA, a assistente virtual aprimora o atendimento à população, automatizando o fornecimento de informações corriqueiras e liberando as equipes para dar tratamento específico às outras demandas. “A Sofia vem ao encontro do macrodesafio de aproximação com a sociedade estabelecido na Estratégia Nacional do Poder Judiciário 2021-2026”, explica a coordenadora dos Juizados Especiais do TJBA, juíza Fabiana Pellegrino.

Para garantir que pessoas com deficiência também possam se beneficiar, a Sofia permite leitura de texto em diferentes velocidades e responsividade aos comandos verbais “Nos preocupamos em atender as diretrizes de acessibilidade previstas na Resolução 401/2021 do CNJ, facilitando o acesso à informação dos deficientes visuais e auditivos”, conta Fabiana.

Nessa primeira fase, Sofia fará atendimento no âmbito administrativo, voltada às equipes do Judiciário, advogados e advogadas e à população. “Na segunda fase, ela irá sugerir minutas de decisões aos magistrados, dando maior celeridade. E, na terceira fase, atuará no atendimento ao público em geral nas unidades judiciárias, dirimindo dúvidas de perguntas corriqueiras”, afirma a juíza.

Tecnologia

A assistente virtual foi desenvolvida com tecnologias de livre utilização, sem contratação de serviços de terceiros, viabilizando, assim, o fácil compartilhamento interno e até mesmo com outros tribunais. “Levantamos os principais temas, mais recorrentes, que as pessoas procuram nos Juizados Especiais e desenvolvemos uma inteligência artificial para poder responder às perguntas dos usuários com agilidade. Usamos o Sinapses para desenvolver essa parte da Sofia, treinar a inteligência artificial e, enfim, automatizar o processo”, conta o assessor da Coordenação de Juizados Especiais do TJBA, Leonardo Ribeiro.

“O desafio era desenvolver um robô que permitisse dar maior agilidade ao atendimento, um assistente que permitisse dar respostas rápidas a partir de uma base padrão de perguntas e respostas, as mais frequentes”, explica Ribeiro. “A Sofia faz a interação inicial com o usuário e interage com o Sinapses para gerar as respostas.”

A ética é uma das preocupações em qualquer desenvolvimento de modelo de inteligência artificial. E não foi diferente no trabalho realizado pela equipe da Coordenação, que buscou atender às determinações da Resolução CNJ n. 332/2020.

“A base de dados está concentrada em uma planilha, que é organizada pela equipe da Coordenação em temas e que traz as perguntas – inclusive formas diferentes de perguntar a mesma coisa – e as respostas, garantindo um melhor controle”, destaca o assessor. “Quando a Sofia não consegue responder uma pergunta, ela marca esse questionamento para que a nossa equipe possa verificar se é rotineira e se deve também ser incluída no modelo do Sinapses.”

Os ganhos de eficiência e economicidade que o Sinapses oferece aos tribunais por meio da colaboração são ressaltados por Leonardo Ribeiro. “Na nossa próxima fase do projeto, vamos buscar similaridades entre os processos judiciais para poder sugerir minutas, principalmente naqueles temas repetitivos, dando maior suporte ao trabalho de magistrados e magistradas. Para isso, estamos utilizando um modelo que foi disponibilizado no Sinapses por outro tribunal. Assim como esperamos que nosso modelo do Sofia possa também ser aproveitado por outros órgãos.”

Agência CNJ de Notícias

Conheça mais sobre o funcionamento da Sofia no canal do TJBA no YouTube