Entre as ações para difundir métodos consensuais de solução de conflitos, o Judiciário do Espírito Santo promoveu duas palestras para audiência de magistrados, servidores e estagiários nesta quarta-feira (9/12). Uma das falas coube ao juiz assessor da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e membro do Comitê Gestor do Movimento Nacional pela Conciliação, André Gomma de Azevedo.
Na primeira palestra, a psicanalista e membro da Escola Lacaniana de Psicanálise de Vitória Vera Saleme Colnago abordou a importância de compreender as relações humanas, de fazer uma leitura do mundo atual e dos valores dominantes. “Muitos conflitos atuais são gerados pelo individualismo e pela intolerância e, por isso, entender o motivo de o indivíduo estar violento ou agressivo ajuda o mediador a interferir no conflito, seja familiar, financeiro, trabalhista”, afirmou a psicanalista.
A segunda palestra foi do juiz André Gomma. “Hoje, o Judiciário busca harmonizar as relações humanas, diferentemente do que ocorria antes da década de 1980, quando o juiz se preocupava mais em apontar quem estava certo ou errado”, discursou o magistrado. Na mesma linha, o novo Código de Processo Civil prioriza a aproximação dos cidadãos. A norma traz a autocomposição como principal forma de solução de conflitos. Espera-se que mais de 50% dos conflitos sejam resolvidos por meio de métodos consensuais.
Evolução – “Para as partes, é importante porque elas têm um senso de autodeterminação valorizado. A pessoa chega a uma conclusão com a parte contrária e a uma solução concreta. Melhor do que ter a solução imposta. Além disso, sobra mais tempo para o juiz resolver outras questões e permite que o sistema funcione melhor”, frisou Gomma. O magistrado destacou que o novo CPC espelha Resolução 125 do CNJ, o que mostra como a sociedade percebe que a justiça consensual é o próximo passo para a evolução do Judiciário.
Ao fim do evento no Salão Nobre do Tribunal de Justiça (TJES), 17 mediadores receberam o certificado de formação. Eles passaram por intenso treinamento com instrutores do CNJ. São profissionais do direito, psicólogos e assistentes sociais que atuarão nos Centros de Solução de Conflitos do estado.
Fonte: TJES