Juízes lançam 2ª fase de campanha contra exploração sexual em hotéis no Pará

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A rede de proteção integral e defesa dos direitos da infância e juventude conta agora com um importante aliado no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes em todo o estado do Pará. A declaração foi feita pela juíza Graça Alfaia, da Vara de crimes Contra Crianças e Adolescentes de Belém, ao se manifestar no último dia 29 de agosto, durante lançamento da 2ª fase da campanha contra a exploração sexual de crianças e adolescentes.

De iniciativa da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Movimento Emaús/Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), Ministério Público do Trabalho, Programa Pró-Paz e Instituto Criança Vida, o evento foi realizado no Hilton Hotel Belém e contou também com as presenças dos juízes Deomar Alexandre Barroso, da Vara Penal de Abaetetuba, município localizado na região das ilhas do entorno de Belém, e Odete Carvalho, da 2ª Vara da Infância e Juventude de Belém, entre outras autoridades.

Levantamentos da Secretaria Nacional de Direitos Humanos apontam que a cada oito minutos, uma criança é vítima de exploração sexual no Brasil, revelou Celina Hamoy, coordenadora do Cedec Emaus. Ela acredita que as causas para esse crime envolvem exclusão social (pobreza), impunidade dos autores e a tolerância da sociedade. Para a representante do Cedeca/Emaus os desafios estão em não somente denunciar, mas evitar o que chamou de revitimização das crianças e promoção do dinamismo de políticas públicas direcionadas a essa questão.
 
A coordenadora do Cedeca elogiou o trabalho da juíza Graça Alfaia, à frente da vara especializada, que vem acelerando e sentenciando casos emblemáticos de abuso e exploração sexual infanto-juvenil. A procuradora Rejane Alves, do Ministério Publico do Trabalho (MPT ) reforçou a atuação contra o trabalho infantil e contra a exploração sexual de meninos e meninas.

Na ocasião o representante do setor hoteleiro no Estado, Carlos Freire, lembrou que o primeiro momento da campanha ocorreu em 2005, a partir da parceria da entidade com o Cedeca-Emaús. Arnaldo Jordy, deputado federal integrante da Comissão de Direitos Humanos da Casa, que foram detectados 100 mil casos do crime em cinco anos no Pará. A juíza Graça Alfaia informou também que tramitam na vara especializada de Belém cerca 1.800 processos, dos quais 660 são de caráter sexual. “Não podemos deixar de nos indignar diante de fatos dessa natureza”, concluiu o padre Bruno Sechi, do Movimento de Emaus. (Texto Glória Lima).

Fonte: TJPA