A Câmara Permanente de Conciliação do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (Goiás) foi palco de um emocionado reencontro entre pai e filha. Em ação ingressada na 4ª Vara do Trabalho de Goiânia, a trabalhadora reclamava anotação na CTPS e demais verbas trabalhistas do período de dois anos em que atuou na função de body piercing em uma loja de piercing e tatuagem de Goiânia. O dono da empresa era justamente o pai da reclamante.
Os pedidos haviam sido julgados procedentes em parte pelo juiz Eduardo Thon, mas o empregador decidiu recorrer. Foi quando o processo veio para tentativa de conciliação na CPC. Para o coordenador da unidade, servidor José Ludovico Júnior, este foi um dos casos mais difíceis que já enfrentou. “A Justiça do Trabalho é social e conciliadora, vi que mais importante do que findar um processo, era tentar resgatar a harmonia daquela família”, avaliou.
Na audiência de conciliação, os litigantes, por meio de seus advogados, concordaram em realizar o acordo, no total de R$ 2,5 mil. Mas a inimizade continuava. “Eu não podia deixá-los ir embora daquele jeito, como inimigos”, afirmou Ludovico, que discursou improvisadamente sobre a importância da família.
Por fim, o conciliador pediu que, pelo menos, pai e filha dessem um aperto de mão. De repente, o pai se levantou, causando expectativa em todos, pois ninguém sabia qual seria a sua reação. “Rodeando devagar a mesa, o homem parou de frente para a filha e a abraçou, dizendo que ela era a pessoa mais importante em sua vida, então todos começaram a chorar”, recordou-se Ludovico. Segundo ele, este foi um dos momentos mais marcantes para a Câmara de Conciliação. Pai e filha saíram abraçados da sala.
Fonte: TRT-GO